Dirigido e escrito pelo dinamarquês Anders Thomas Jensen, “Loucos por justiça” como foi traduzido, é o mais novo thriller de vingança estrelado por Mads Mikkelsen que nos apresenta a história de Markus ( Mads Mikkelsen ) um militar amargurado que por trabalhar demais acaba por ficar muito tempo longe de sua mulher e filha, ao descobrir que as mesmas sofreram um acidente de trem e que sua mulher havia falecido nele, Markus é mandado para casa; ao voltar descobre que possivelmente o ocorrido tinha relação com a gangue local e decide vingar sua esposa com as próprias mãos.
Diferente da grande maioria dos filmes do gênero aqui temos uma obra que não se utiliza da história apenas como muleta para realizar boas cenas de ação, mas sim uma obra que se foca em seus personagens e plots dando a devida profundida para cada um deles, enquanto também opta por não romantizar nem um pouco sua violência sempre sendo frio e trágico em suas cenas de ação e nunca vangloriando seu personagem e sim fazendo justamente o contrario. Já que o longa não se foca nesse ponto sobra espaço para tratar do psicológico de seus personagens principalmente o modo como cada um lida com suas tragédias pessoais, o que da espaço para todo o elenco brilhar principalmente Mads Mikkelsen que como sempre mostra todo seu talento ao público.
A direção de Anders se mostra sempre centrada e bem decidida no que quer mostrar, nunca desvia de seu viés principal, a demonstração de tragédias pessoais e como elas afetam as pessoas psicologicamente, com uma fotografia funcional mas que não demonstra muita sensibilidade nem apelo visual a obra não se presta a destacar muito tal ponto, o mesmo ocorre com a trilha sonora que não é nada além de esquecível e até um pouco destoante da realidade apresentada no filme, entretanto a direção consegue se sair muito bem devido ao próprio roteiro, este sim muito bem trabalhado e desenvolvido.
“Loucos por justiça” consegue apresentar algo diferente e único mesmo tendo um conceito já utilizado em diversas obras afora. Um fato muito interessante que o roteiro da destaque é para as tão famigeradas coincidências ao longo do filme, algo que pode ser visto por alguns, como certos personagens do próprio filme, como milagres, por outros pode ser visto como acaso e esta é a grande discussão que o filme tenta trazer, tudo isso enquanto se aprofunda na importância do meio familiar para conciliar traumas.
4/5
