(Crítica) A subida violenta ao poder no crime na série “Pinguim”

Trazendo o retorno do personagem introduzido em The Batman, a série Pinguim da HBO (streaming na Max) tem a difícil missão de dar continuidade ao que foi estabelecido, enquanto aprofunda a complexidade psicológica de Cobblepot. A narrativa promete explorar sua ascensão no submundo de Gotham, revelando dilemas morais e relações de poder que o cercam. Com a intenção de expandir o universo sombrio criado por Reeves, a produção introduz novos elementos e personagens que enriquecem a trama e mantêm a audiência envolvida. A expectativa é alta, dado o tom sério do filme, e a crítica se prepara para avaliar se Pinguim atenderá a essas expectativas, oferecendo uma nova perspectiva sobre um dos vilões mais fascinantes da DC.

Com direção de Craig Zobel e Lauren LeFranc como showrunner, a série Pinguim traz de volta a caótica Gotham após os eventos de The Batman, enquanto a cidade se recupera do tumulto causado pelo Charada. Neste cenário de desordem, Oswald “Oz” Cobblepot tenta recolher os cacos de seu passado como funcionário de Falcone e se esforça para ascender no submundo do crime, em busca de se tornar o grande chefão que sempre desejou ser.

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E aí? A série cumpre?

O primeiro episódio é um charme à parte, pois captura toda a essência de Matt Reeves na fotografia cuidadosamente planejada pela direção. Com ângulos dignos de pintura e tons sempre mais escuros, o episódio reforça a atmosfera sombria do mundo. Além disso, a trilha sonora é bem presente e encaixada, sempre comunicando-se com o que está sendo mostrado em tela. A narrativa, por sua vez, é obviamente pautada em trazer o público de volta ao universo e em apresentar as novas (e ilustres) peças desse jogo. Portanto, esse episódio se caracteriza por um ritmo mais lento, pois se concentra na apresentação da dinâmica principal e do que será o catalizador para os próximos episódios.

Contudo, o ritmo lento para a apresentação e reintrodução do público ao mundo não se revela desgastante ou chato. Em vez disso, há momentos de ação, fagulhas de humor irônico (quando cabível, sem mudar o tom principal), cenas tensas e boas surpresas. Ademais, a gama de personagens também atrai o público que gostou de The Batman, agradando também o telespectador médio que embarca na jornada. Por exemplo, Victor “Vic” Aguilar (Rhenzy Feliz) serve como a contraparte inocente e jovem do protagonista, atuando como seu aprendiz e parceiro. Além disso, Sofia Falcone (Cristin Milioti) se destaca como talvez a principal antagonista e a ligação entre Oz e a família Falcone, sempre mantendo Oz em constante alerta.

Atuação e encerramento

No quesito atuação, Colin Farrell mostra a que veio e entrega, novamente irreconhecível e bem característico, um Oz ardiloso, ganancioso e dotado de um humor irônico que traz um contraponto bem encaixado ao mundo em que está inserido, conquistando o apreço do público. Além disso, Cristin Milioti se destaca ao transmitir uma imponência sem igual como Sofia Falcone, conseguindo, inclusive, roubar a cena em muitos momentos contracenados com Farrell, o que gera ainda mais expectativa quanto ao desenrolar da personagem em toda a trama de violência e sujeira que a série trará.

O saldo, no fim, é extremamente positivo, e só resta esperar pelos próximos episódios para descobrir como Oz se tornará um dos maiores mafiosos de Gotham, recebendo o título de Pinguim de forma, evidentemente, suja e ardilosa.

Por fim, a série Pinguim recebeu seu primeiro episódio na última quarta-feira (20/09) às 22:00 e será um programa dedicado no horário nobre da HBO, com todos os seus episódios sendo lançados às 22:00 dos próximos domingos, assim como ocorreu em The Last of Us, Casa do Dragão, Game of Thrones, entre outros, e, simultaneamente, no streaming Max.