A Copa de 1971 – A copa apagada pelo machismo

A Copa de 1971 – A copa apagada pelo machismo

Já dizia Lenin “Em todos os países civilizados, mesmo nos mais avançados, é tal a situação das mulheres que, com razão, são consideradas escravas domésticas. Em nenhum dos estados capitalistas, nem mesmo na mais livre das repúblicas, as mulheres gozam de plena igualdade de direitos.”. Isso não fica refletido somente no ambiente de trabalho, como também no esporte e no Lazer. No Brasil, por exemplo, Futebol feminino foi proibido até 1979, reflexo disso é a disparidade entre o masculino, tanto em salário, quanto em visibilidade. Além disso, o machismo gerido pela sociedade capitalista e patriarcal continua a manter esse esporte tão parado. Para tentar uma mínima visibilidade a Netflix trás seu novo documentário “A Copa de 1971”

Em 1970, o México sediou a Copa do Mundo de futebol masculino, que foi um sucesso, conquistada pelo Brasil. Um ano depois teve a Copa Feminina, de forma não oficial, mas que atraiu mais de 100 mil pessoas para os estádios. De acordo com o documentário as gravações ficaram escondidas por mais de 50 anos.

Sobre o documentário

Para começar a maior máfia do mundo dos esportes, a FIFA, não aceitou nem reconheceu o campeonato, assim como outras organizações. Mas houve sim algum tipo de assistência, ainda mais quando se tem respaldo de público e lucro.

“Se vocês usarem os estádios para realizar essa copa feminina, vamos multar e banir vocês” foram essas as palavras da FIFA para federação Mexicana, que estava ajudando na realização. Um monte de homem branco, sentado em uma mesa, aproveitando dos seus maiores privilégios. E é assim até hoje, futebol feminino segue sendo inferiorizado, os salários, as premiações, a visibilidade e marketing, segue sendo inferior. Muitos usam a desculpa de que é porque “não da retorno”, mas se em 1971 o México, conseguiu lotar estádios, imagine se tivéssemos 50 anos de investimento nessa classe? América Latina segue ensinando os países “do norte” a como serem evoluídos rs

Outra coisa que o documentário deixa claro é que mesmo que fosse uma pauta progressista, a sexualização ainda era absurda. “Uniforme o mais curto possível”, “União de duas paixões dos homens” e era assim a divulgação dos jogos.

“A Copa de 1971 foi incrível, teve uma cobertura incrível por parte da imprensa”. Imagine 2024, com internet, mídia, mas mesmo assim continuamos com o futebol feminino no ostracismo, tudo isso por conta de uma classe dominante que em sua totalidade é machista.

Além disso tudo, as mulheres não estavam recebendo nenhum puto no bolso e quando começaram a cobrar, quem estava ganhando muito dinheiro começa a ameaçar. Por fim, o documentário da Netflix “A Copa de 1971” é bem completo e conta com imagens reais e entrevista feita com as jogadoras da época, simplesmente emocionante.

Trailer do documentário, A Copa de 1971

Ficha Técnica

Título original: Copa 71
Ano: 2024
Direção por: James Erskine e Rachel Ramsay
Roteiro por: James Erskine e Rachel Ramsay
País: México
Gênero: Documentário
Duração: 99 minutos
Classificação: 18 anos

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