Ultimamente o streaming vermelho está lançando filmes com a visão de fazer alguns nomes virarem “Mainstream”. Com alguns lançamentos biográficos, como Tick… Tick Boom e O Menino de Asakusa, por exemplo. E para completar esse catálogo de histórias reais, estreia na Netflix ‘A Mão de Deus‘, filmes indicados ao Globo de Ouro 2022.
“A Mão de Deus” ou “È Stata La Mano Di Dio” na sua língua original é uma e autobiografia do cineasta Paolo Sorrentino. Contando a sua história pela ótica do jovem Fabietto (Filipo Scotti), um morador de Nápoles que conta com o pai Saverio (Toni Servillo) e a mãe Maria (Teresa Saponangelo), um casal que segue apaixonado, mesmo depois de muitos anos de casado. Além disso, o garoto sofre com a falta de amigos e sem nenhum amoro, a não ser o desejo por sua linda tia.
Entretanto, se pudéssemos falar sobre uma coisa que Fábio ama seria seu time o Napoli e o argentino, Diego Maradona. Nesse ponto, podemos citar a blasfêmia contra Pelé, quando Sorrentino cita o Argentino como “Maior Jogador de todos os tempos”
O Jovem Fabietto
Primeiramente; vale lembrar que esse filme além de ter uma fotografia linda com cores quentes (Até porque Nápoles é uma cidade litorânea) é uma película coming-of-age, ou seja, uma jornada sobre descoberta e amadurecimento.
O cineasta tem uma apego por sua família, e isso é mostrado durante todo filme, praticamente estão na tela em todo take. Com bons diálogos e um ótimo humor, contudo alguns apoiados em piadas capacitistas, sobre obesidade e a sexualização exagerada, principalmente da sua tia. Contudo, tudo fruto do seu tempo, uma Itália de 1984.
Além disso, como já citado, Fabietto tinha uma paixão única por “Dieguito”. Essa admiração é mostrada até mesmo pelo nome do filme. Contudo, mesmo não aparecendo de forma chamativa no filme o camisa 10 da seleção argentina, foi responsável por salvar a vida do nosso protagonista.
Boa biografia, mas rasa
Com a perca dos seus pais Fabio se perde um pouco. Mesmo rindo e saindo, ainda falta algo para ele. E ele encontra isso no cinema. Porém, Sorrentino quis contar sua história e sua paixão, contudo não conseguiu mostrar isso ao público por completo. Ao invés de mostrar sua descoberta como cineasta, focou muito no seu desenvolvimento como pessoa. Não chega a ser um démerito, afinal um cineasta é uma reunião dos eventos de sua vida. Entretanto, uma biografia de um cineasta é interessante saber “quando houve o estalo para tal coisa’.