A saudade que fica - Etéreo é poético

A saudade que fica é um drama japonês que gira em torno da jornada espiritual post mortem de sua protagonista.
Como toda obra do gênero, o longa é por natureza extremamente reflexivo e contemplativo. Mas apesar do perigo de cair nas armadilhas clichês confeccionadas por outras produções da mesma natureza, a presente história consegue ser marcante, singela e bastante singular.

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Que sonhos hão de vir?

Shakespeare escreveu em Hamlet a seguinte passagem sobre a morte: “Morrer, dormir. Dormir? Sonhar, quem sabe? Ai, eis a dúvida. Ao perpétuo sono, Quando o lodo mortal despido houvermos,
Que sonhos hão de vir?”
Eis a premissa do filme. A saudade que fica é a história de como Minako descobriu, lidou e aceitou o fim de sua existência. Toda a obra baseia-se em um estudo de personagem idílico, focado em dissecar os arrependimentos, falhas e relacionamentos do mesmo. Porém o que torna tal estudo tão perspicaz é justamente a forma com a qual ele é feita.
Ao utilizar do conceito do além vida para contar uma história de vida é uma forma única e até singela de nos prender à Minako, haja vista que ela não serve apenas como foco de discussão, mas também como nossa guia e totem neste novo universo.

A história é boa assim?

Sendo honesto, eu pessoalmente não quero mergulhar tanto nos aspectos narrativos da trama nesta crítica, pois qualquer comentário que eu faça pode macular a experiência dos presentes leitores que virem a assistir tal produção.
Mas o que eu posso garantir é que: A saudade que fica é uma drama muito bem atuado, belissimamente dirigido, com uma fotografia estonteante e uma história insanamente impactante.

Vale a pena?

Apesar de eu achar que a experiência pode se tornar um pouco maçante após a primeira hora, é seguro dizer que vale demais a pena dar uma chance para a mesma
O longa é uma cornucópia sensorial, e um diamante brilhante e reluzente no catálogo da Netflix