A FORÇA ESTARÁ COM VOCÊ…?
Há muito tempo atrás, em uma galáxia muito distante, testemunhamos o fechamento de um ciclo que atravessou a cultura pop por cerca de 40 anos, inovando por muitas vezes o cinema e seu comércio e formando uma legião de fãs e devotos por suas histórias: a saga Skywalker em Star Wars.
Novamente sob o comando de J.J. Abrams (The Force Awakens), Rise of Skywalker reúne todos os elementos que moldaram a saga, mas nada de novo trás e, principalmente, peca até mesmo em seu exagero às homenagens.
Diferente de seus antecessores da nova trilogia, agora acompanhamos Rey, Finn e Poe juntos em mais uma jornada para salvar a galáxia de um temível mal que retorna a assombrar. O desafio final para a Resistência. Ao passo que Rey e Kylo concluem por conta própria seus treinamentos para que enfim possam se enfrentar e realizar, cada um, seus desejos. Entre perseguições, lutas, tiros, sabres de luz e força, vemos em tela tudo que sempre empolgou os fãs da saga e que continua a empolgar. O som cumprindo como sempre seu papel dando a imersão necessária para as sequências de ação e de suspense; Novos e antigos personagens mostrando que a Força está também na união e na crença em uns aos outros; C-3PO dominando a tela quando presente. Em suma, é o que há de positivo nos mais de 130 minutos de narrativa.
Entretanto, falta a Rise of Skywalker um desfecho mais digno e novo. É nítido que toda saga se repita, de um certo modo, em seus filmes. Porem o que há nesse filme de J.J. Abrams é apenas uma espécie de colcha de retalhos de tudo que já foi feito na saga. De problemas à redenções. E isso, nesse caso, é grave pois trata-se de um encerramento de um grande ciclo. É como se todo esse grande ciclo, essa grande orquestra, os mais variados planetas, as mais variadas vidas, se resumissem a meras repetições.
Não há novo em Rise of Skywalker. Há um apego ao que foi feito e uma mistura de grandes histórias em uma pequena história que quase se encontra solta dentre os novos filmes da saga.
Tentando arrancar leite de pedra, há um uso belo da força e há uma mensagem de união (ainda que repetida) muito mais viva que em qualquer outra obra da série. Desta vez, o novo inimigo permite que haja tal união. O que acaba sendo quebrado logo em seguida para que, novamente, a Força em um se sobressaia. Isto fora as revelações que beiram o programa de TV Casos de Família e, mais uma vez, forçações de pares românticos descabidos para a trama, que até então vinha sendo construída tão bem. É tudo como um programa de TV ou um novelão, que sequer faz a narrativa crescer ou empolgar.
Falta o uso da Força por parte de J.J. Abrams, falta a Ascensão. O próprio não permite que o desfecho da saga seja tão épico quanto o que, provavelmente, lhe inspirou a realizar tal ato (lê-se Vingadores: Ultimato). E a falta do uso da Força para realização desse desfecho pesa, pois deixa a desejar para muitos que esperavam um final digno e para os próprios homenageados (e não homenageados) do filme.
Star Wars: A Ascensão Skywalker (The Rise of Skywalker)Direção: J.J. AbramsRoteiro: Chris Terrio, J.J. AbramsProdução: J.J. Abrams, Kethleen Kennedy, Michelle RejwanElenco: Daisy Ridley, Adam Driver, John Boyega, Oscar Isaac, Carrie Fisher, Richard E. Grant, Domhnall Gleeson, Billy Dee Williams, Joonas Suotamo, Anthony Daniels e Ian McDiarmidAno: 2019Duração: 141 minutosClassificação: 12 anosDistribuidora: Walt Disney