Cercado de muita expectativa, A Casa Sombria estreia essa quinta.
Primeiramente, é de consenso geral que o público que ama terror tem sido muito maltratado nos últimos tempos. Os fãs do gênero tem sofrido com atrações de qualidade questionável. Sendo assim, quando um filme está para estrear e o mesmo é muito elogiado pela crítica especializada, cria se uma expectativa enorme sobre.
Enfim, esse é o caso de “A Casa Sombria”, novo filme de David Brunker , roteirizado por Ben Collins; antes de tudo, o que mais me chamou atenção no trailer dese filme, foi a questão da dualidade, a possibilidade de uma realidade espelhada e oculta, contudo o filme apresenta algo bem diferente.
O longa acompanha a vida de Beth ( Rebecca Hall), que perdeu o marido para o suicídio. Ao passo que a protagonista tenta lidar com o luto, ela descobre coisas inimagináveis sobre o passado de seu ex cônjuge, levando a um mistério sobrenatural. Bem, como eu disse, o que foi apresentado em tela é diferente do que se imagina ao ver o material promocional. Na realidade, apegue se a essa informação: nada é o que parece ser.
E isso é muito assertivo, por que você vê como a Beth está abalada pelo luto, porém obstinada em descobrir a verdade; ao mesmo tempo que sua mente é constantemente testada em situações que sua sanidade é posta a prova.
E não é nenhum exagero dizer que esse terror psicológico construídos no primeiro e segundo atos, são perturbadores e são perfeitos para a protagonista entregar uma atuação quase impecável.
Assim como, toda a linha de tensão que foi sendo construída de forma bem interessante; um mistério sobrenatural visto de outro prisma, o que tornava até então a trama intrigante para o espectador, pois a necessidade em saber mais sobre o que estava acontecendo, é algo cativante.
Contudo, parece que quanto mais se aproxima do fim, a narrativa perde a força e o sentido, visto que há uma gama de pontas soltas pelo roteiro que vão se reproduzindo. Bem como também, é perfeitamente questionável a presença e atuação dos coadjuvantes que sinceramente, não agregaram em quase nada para a trama.
Por fim, o terceiro ato traz o famigerado plot twist; inesperado, porém contraditório com a própria história contada no filme. E eu temo que isso faça com que as pessoas se frustrem tanto, ao ponto de não creditarem sucesso a Rebecca Hall pela sua atuação.
Ademais, a conclusão ambígua realmente pode ser algo que jogue totalmente fora os méritos do filme, além dos já citados anteriormente, como também o bom aproveitamento do som, do cenário e a fuga do convencional. Mas é inegável que um término aparentemente sem sentido, é extremamente prejudicial para o projeto como um todo.
Havendo muitas histórias para se contar e um potencial enorme em mãos para algo realmente grandioso, ‘A Casa Sombria’ tenta ser mais inteligente do que é, do que deveria e acaba se perdendo na própria tentativa de ser original. Contudo, pela Rebecca Hall, você tem obrigação de ver esse filme; ela merece.
Ficha técnica
Título: A Casa Sombria
Diretor: David Bruckner
Roteiro: Ben Collins, Luke Piotrowski
Elenco: Rebecca Hall, Sarah Goldberg, Evan Jonigkeit
Gênero: Terror, Fantasia
Ano de produção: 2021
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