Os vampiros são a turma mais descolada da cidade em “As Passageiras,” filme de Adam Randall, um conto estranhamente apático que se desenrola com algum estilo e precioso pouco sentido.
Em ‘As Passageiras’ o cenário é a atual Los Angeles, habitada por vampiros que – de acordo com a mitologia pouco convincente do filme – obedecem aos termos de uma trégua de longa data que lhes permite coexistir pacificamente com os humanos. Victor (Alfie Allen), um ambicioso vampiro de nível médio, instruiu suas duas capangas (Debby Ryan e Lucy Fry) a assassinar os cinco chefes vampiros que governam as regiões da cidade.
E então o filme continua, e continua: sua promessa inicial de contar uma nova história se torna uma desculpa para revelar as muitas (muitas) regras que ditam este mundo. Os vampiros não podem deixar os humanos saberem que eles existem; não podem se banquetear com alguém que não queira; e eles nunca poderão colocar os pés no bairro de Boyle Heights, no leste de Los Angeles. (Para quem espera que um cenário tão específico inspire locais interessantes, será decepcionado. Embora tenha sido filmado em Los Angeles e Nova Orleans, parece que poderia ter sido filmado em qualquer lugar.)
Portanto, o que deveria ser uma adição divertida à tradição de vampiro se torna um emaranhado de dissertações obscuras, torções de caráter sem sentido e uma preocupante falta de compreensão de como encontrar um tom divertido.
Apesar disso, o enredo é simples e inteligente: o charmoso e ingênuo estudante universitário Benny (Jorge Lendeborg, Jr.) fica preso dirigindo para duas garotas vampiras selvagens enquanto elas causam estragos na cidade. No entanto, a ruína do filme é a afeição do roteirista de primeira viagem Brent Dillon por narrativas complicadas e a incapacidade do diretor Adam Randall (“I See You”) de manter até as motivações mais elementares dos personagens nos trilhos.
Além disso, não está claro de quem é a história em ‘As Passageiras’. Somos apresentados ao rebelde de olhos selvagens Victor (Alfie Allen), que está decidido a quebrar a trégua entre vampiros e humanos e libertar seus irmãos sugadores de sangue. Ele consegue (e Allen parece se divertir com seu papel), mas então ele se cruza com Jay (Raúl Castillo), um motorista particular e chefe de um grupo secreto que combate os vampiros de Boyle Heights. E Jay tem um irmão mais novo, Benny, um estudante universitário empenhado, com grandes sonhos e sem muito dinheiro ou bom senso. Este é nosso personagem principal (certo? Ainda não tenho certeza), mas é muita introdução, história de fundo e drama acumulado para um filme que deveria se concentrar em divertir.
Conclusão
Enfim, com voltas e reviravoltas frustrantes no lugar de uma boa diversão e do desenvolvimento realista do personagem (um mínimo de consistência é bem-vindo, mesmo em filmes malucos de vampiros), o filme cambaleia em direção ao seu final confuso. Inevitavelmente, parece querer criar uma sequência, mas quem gostaria de voltar para uma segunda mordida?
