Pandemia segue no mundo e ainda pior no Brasil, após 11 negações de vacina, o brasileiro segue se perguntando quando poderá aglomerar novamente. O carnaval é uma festa marcante do Brasil, assim como São João e tantas outras e infelizmente seguimos sem nossas festas. Ainda assim, a Netflix vem com o filme “Carnaval” que trás um pouco do gostinho do carnaval de Salvador. A influenciadora digital Nina descobre um vídeo de traição do namorado sendo “viralizado”. Para superar o término, ela usa seus contatos para viajar para Salvador no Carnaval, junto das três melhores amigas, com tudo pago
O filme dirigido por Leandro Neri, além de trazer o carnaval de salvador, trás uma ideia de autoconhecimento para protagonista. O início do filme já constrói toda essa menção a espiritualidade e sobre seguir em frente, ser um “barco a vela”. As três amigas de Nina, vivida por Giovana Cordeiro, são Vivi, a Nerd, vivida por Samya Pascotto, Michele (GKay) e Mayra (Bruna Inocencio).
Carnaval, novo filme da Netflix, é mais uma comédia despojada nacional, tendo muitas vezes piadas forçadas e fora de timing. Sem um grande roteiro em volta, o filme segue a linha de Nina, em busca da sua grande fama. No início a história ainda brinca com um possível “por trás das câmeras”, mostrando a vida batalhada de quem quer seguir como digital influencer do zero.
As amigas
As personagens secundárias, no caso as amigas, tem pouco carisma, o que é ainda mais notado em Gkay. A personagem Michele, é como se fosse um ponto cômico forçado, piadas baseada no grito e histeria.
Mayra, é um ponto mal explorado, durante o filme ela apresenta por muitas vezes algum pânico de multidão e isso é reforçado com flashbacks. Ainda assim, não existe um cuidado de explicar essa cena em aberto e que se resolve em uma ocasião de encontro espiritual. Constantemente, entende-se que Mayra é somente um ponto para representar em algum momento a espiritualidade de Salvador, sem nenhum trabalho prévio.
Vivi, é o estereótipo vivo de um jovem nerd. Em pleno carnaval ela faz testes de conhecimento nerd em futuros pretendes, e demonstra um ar superior que todo leitor de quadrinho acha que tem.
Outros atores
Micael Borge, ator e cantor, aparece como Fred no filme, um cantor de sucesso, responsável por levar as meninas para salvador. Fred é o dono da maior quebra de expectativa do filme e faz isso de forma positiva, porque realmente é um acontecimento inusitado. Temos a participação da blogueira e atriz, Flavia Pavanelli, que faz uma blogueira “nojentinha” que decide se reconstruir, após declarações homofobicas e racistas.
Não podia faltar o grande Salvador, interpretado por Jean Pedro, um dos pontos altos do filme. Com pouco tempo de tela, consegue mostrar todo carisma e linguajar do baiano com um jeito despojado de viver. Jean Pedro, é cantor com 3 EPs lançados e ainda é ator, estando na série Som do Amor.
Considerações
O filme Carnaval da Netflix é bem mediano, não apresentando nada que prenda o telespectador e é um filme para se ver em um domingo. desperta nossa vontade de curtir novamente o Carnaval e outras festa, mas não consegue se desenvolver dentro desse desejo.
A trilha sonora é perfeita para recapitular o desejo carnavalesco do brasileiro. Psirico leva a música “mulheres no poder” no ponto exato do filme, entregando uma trilha condizente com a história. Chiclete com Banana chega ali para dar mais um gostinho de “axé” juntamente com o grupo Àttooxxá. O ritmo da Bahia domina a Netflix e faz o telespectador ficar imerso na saudade de pular o nosso amado Carnaval.
Para quem tem dúvida sobre o período de gravação do filme. O diretor, Leandro Neri, em entrevista ao Estadão, comentou que foi gravado no início de 2020, porém foi interrompido as gravações por conta da pandemia.