“Prisioneiro da Madrugada”, novo thriller espanhol da Netflix, segue a fórmula do sucesso de “La Casa de Papel”: cenário opressivo, grupo eclético de personagens e uma situação volátil que pode explodir a qualquer momento.
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Prisioneiro da Madrugada conta a história do temido serial killer Simón Lago (Luis Callejo), que é preso e encaminhado ao Centro Correcional Psiquiátrico de Baruca, onde encontra Hugo (Alberto Ammann), diretor da prisão psiquiátrica que, em plena véspera de Natal, é chamado para lidar com a sua detenção. O conflito da série começa quando um grupo armado chega ao presídio com intuito de levar Simón vivo, antes que ele abra o bico para um juiz que chegará naquela manhã. Mas não para por aí, para assegurar que não seja entregue, o serial killer sequestrou uma das filhas de Hugo, que fará de tudo para não entregar Simón e proteger sua filha, inclusive sacrificar a vida de alguns detentos e internos.
Dinâmica entre os protagonistas
A dinâmica entre Simón e Hugo – que deveria ser o elemento carro-chefe da série – é prejudicada pela pressa da série, tendo seu potencial completamente desperdiçado por não ser explorada suficientemente. Ainda assim, eles juntos, são o maior ponto positivo de Prisioneiro da Madrugada. Alberto Ammann faz um trabalho incrível ao entregar um diretor conflitante e desesperado, cuja responsabilidade é escolher entre a vida de sua filha ou a segurança dos presos e paciente psiquiátricos sob seus cuidado. Já Luis Callejo é brilhante ao transformar-se em um assassino em série inteligente, poderoso e manipulador.
Devagar se vai longe
Por ser muito apressada e frenética – o que é uma ironia, já que seu título original é “La noche más larga” – a série acaba tornando-se superficial, já que não tem tempo hábil para aprofundar e desenvolver sua história e personagens, além de não conseguir criar maiores tensões em seus conflitos – um grande problema para um série de suspense.
Porém, se Prisioneiro da Madrugada fizesse bom uso de seu curto tempo, ele não seria um problema, mas não é isso que acontece. A série preenche seu tempo com com muitos flashbacks desnecessários sobre o passado dos pacientes e presos, em uma tentativa falha de fazer o telespectador se importar com os personagens. Com isso, a série até consegue desenvolver alguma personalidade para seus personagens, no entanto o problema principal persiste: falta tempo para criar substância e complexidade psicológica para os personagem e profundida para a trama. Sem dúvida, os envolvidos na produção de Prisioneiro da Madrugada ou não leram, ou não aprenderam nada com a fábula “A Lebre e a Tartaruga”.
Ademais, a série causou um desequilíbrio em seu desenvolvimento e na construção de seu clímax, explorando mais algumas subtramas do que outras. Além disso, pode, constantemente, deixar seu telespectador, confuso e perdido com a história, já que situações mais claras e simples são demasiadamente e repetidamente explicadas, enquanto alguns elementos que aprofundaria a trama são jogados sem contexto e, posteriormente, completamente ignorados. Dessa forma, o ritmo da série é prejudicado e o elemento suspense não é desenvolvido, resultando em cenas e cortes tediosos e cansativos, que não deixam o telespectador aflito e ansioso para a resolução do conflitos em questão.
Veredito
Sendo assim, Prisioneiro da Madrugada, apesar de possuir um conceito, a priori, bastante interessante e promissor, desperdiça completamente seu potencial. E, apesar de algumas boas atuações, a trama mal desenvolvida e executada, impede o telespectador de ficar absorto pela história e impaciente pelas resoluções dos conflitos – erros fatais para um suspense.
Trailer de Prisioneiro da Madrugada
Ficha Técnica
Título original: La noche más larga
Disponível em: Netflix
Direção: Óscar Pedraza
Roteiro: Xosé Morais e Victoriano Sierra Ferreiro
Elenco: Roman Rymar, Alberto Ammann, Luis Callejo, Bárbara Goenaga, José Luis García Pérez, Cecilia Freire, David Solans, Lucía Díez, Laia Manzanares
País: Espanha
Gênero: Ação, policial e drama
Ano: 2022
Classificação Indicativa: 16 anos
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