Dirigido pelo irreverente Guilhermo Del Toro “ Nightmare Alley “ aqui ” beco do pesadelo ” é um suspense com pitadas de horror e que segue o estilo noir, na história acompanhamos o ambicioso Stanton Carlisle ( Bradley Cooper ) um homem atormentado pelo passado e por seus atos. em uma tentativa de fugir de tudo isso o mesmo acaba por se encontrar em meio a uma trupe circense, convivendo entranhado a todo tipo de truque e mentalismo, mas ele ainda não estava satisfeito e ambicionava muito mais para sua vida e acaba convencendo a jovem e simplória Molly ( Rooney Mara ) do mesmo; ao aprender todos os truques que precisava o casal parte para a cidade grande onde Stanton aplica tudo o que aprendeu enganando e extorquindo a elite da cidade com seus truques.
Analisando todos os sentidos técnicos a obra se sobressai e com louvor. O modo como Del Toro usa sua fotografia linda e fantasiosa para auxiliar e contar sua história é de notável proeza se utilizando de tudo que sabe e pode desde fades out até panoramas, tudo isso consolidado com toda a estética noir em ambientes cheios de sombras, fumaças e muita perversidade. Já falando sobre ele, aqui o noir não está presente apenas na estética mas sim em toda a narrativa da obra, com seu protagonista de caráter dúbio, femmes fatalese, muitas vigarices e uma trilha sonora fantástica carregada de jazz e blues, tudo isso fica ainda mais claro por o filme se passar na era de ouro do gênero.
Ao longo de todo o filme somos agraciados com ótimas interpretações de todos no elenco, o qual apresenta muitas caras já conhecidas pelos fãs do diretor, mas sem dúvida alguma alguém que se destaca muito aqui é a personagem vivida pela talentosa Cate Blanchett, Lilith Ritter ( por coincidência ou não Lillith é o nome dado à primeira mulher de Adão,
farto esse aparentemente “ apagado da história “, e que também caiu em pecado se tornando um demônio ), a mesma exerce um papel de domínio subconsciente sob o nosso protagonista, algo que se torna extremamente ameaçador e seduzente sobre a interpretação cativante de Cate.
Como já é de se esperar do diretor aqui temos uma narrativa extremamente abstrata e cheia de nuances e significados para uma história mais profunda por entre os planos. O subtexto de pecado e castigo é presente em todo o filme permitindo até mesmo uma interpretação de que nosso protagonista está em seu inferno pessoal guiado pela luxúria do mesmo, o que de certo é profundamente conectado com o estilo noir como um todo no cinema. E tudo isso diz muito sobre nós mesmos; afinal, quanto você está disposto a pagar para se sentir superior ante os outros ?
5/5
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