Vivemos sobre o prisma de um sistema que serve a elite e essa elite é racista. Protegida por um Estado formado pela mesmo e que é protegida até mesmo por vias militares. Essa mesma via que oprime e homicida corpos negros e pobres. Pegando essa intro e puxando pra o tema do filme “Urubus”, que aqui vos digo. Pixo é arte e muito mais que isso é uma das vozes contra a opressão policial e estatal. Pixo é protesto.
O filme acompanha a história de Trinchas (Gustavo Garcez), jovem líder de um grupo de pichadores, que escala os edifícios mais altos da cidade. Quando ele conhece a estudante de arte Valéria (Bella Camero, de “Marighella”), seus diferentes modos de vida entram em choque e disso resulta a invasão da 28ª Bienal de São Paulo.
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Vale a pena?
Um longa metragem que é quase como um documentário que tem toques do artista Cripta Djan. Responsável pela subversão da elitista Bienal de São Paulo. Além disso, ainda contamos com a sublime direção de Claudio Borrelli e com o toque do mestre Fernando Meirelles. Como um filme desse pode dar errado? Exatamente, não deu.
Posso começar falando de toda sacada técnica e gravação, essa sim é um ponto alto desse filme. Uma forma de gravação dinâmica que te leva para dentro do coração do pichador e com toda adrenalina que eles passam. Além disso, toda trilha sonora é composta por música das ruas, o RAP, que surge como outra voz de apoio. As tremidas com as câmeras no momento de correr, me dão certa confusão (talvez seja esse o intutito msm), deve ser problema de labirintite, talvez eu deva ir ao médico depois desse filme
Em questão de todo o restante, a coloração do filme reflete muito São Paulo, uma coisa meio acinzentada e pa, mas com certeza ajuda muito na temática. As fotografias são incríveis, principalmente as com poses paradas.
Claudio Borrelli em parceria com Cripta Djan botaram muito nesse filme, um filme que com certeza merece entrar para galeria de clássicos da cinematografia brasileira. Além disso, o longa já tem pelo menos dois títulos na prateleira, levando dois prêmios na 45ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo
Para finalizar
Por fim, em entrevista ao Portal Rap Mais, Djan soltou a voz e falou um pouco do filme e sua vivêncao
“Urubus é um longa fictício baseado em fatos reais que retrata o submundo do movimento da pixação na cidade de São Paulo. O filme mostra como funcionam os códigos de conduta que regem a estrutura do movimento pixo e sua dinâmica na cidade, mostrando como esses jovens transitam entre a periferia e o centro, e como o pixo paulista borra e questiona os limites usuais entre arte e política […] A inspiração para os personagens vem direto do meu ciclo de vivência e amizades que fiz ao longo desses 20 anos dentro do movimento pixação. Mas, tem personagens com referências a mais de um amigo, misturei as características de alguns para criar personagens únicos para o filme.”
Trailer do filme
Ficha Técnica
Direção: Claudio Borrelli
Roteiro: Cripta Djan
Duração: 153 minutos
País: Brasil
Gênero: Drama, romance, ‘documentário’
Ano: 2020
Classificação: 14 anos
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