Missa da Meia-Noite, a mais recente série da Netflix de Mike Flanagan, é um terror existencial em sua forma mais intensa e complexa.
A Netflix recorreu a Mike Flanagan, um mestre artesão do terror, mais uma vez com “Missa da Meia-Noite”, adicionando outra joia à sua crescente coleção de terror. Flanagan oferece aqui uma série limitada (minissérie) que eleva o terror católico contemporâneo.
A minissérie foi criada e dirigida por Flanagan após seu trabalho na série de terror de 2018 da Netflix “A Maldição da Residência Hill”.
Além disso, apresenta atores com quem ele normalmente trabalha, como sua esposa e colaboradores frequentes, Kate Siegel, Annabeth Gish e Henry Thomas. Outros membros do elenco são reconhecíveis em alguns dos outros trabalhos de Flanagan, mas ele alivia a questão da escolha ao permitir que os atores desempenhem papéis drasticamente diferentes de seus papéis anteriores. Thomas, por exemplo, interpreta um pescador frio, indiferente e temente a Deus chamado Ed Flynn; uma reviravolta muito diferente de seus papéis nas produções anteriores de Flanagan.
Missa da Meia-Noite é um exemplo perfeito de paciência recompensada. Os primeiros episódios apenas não são terror. Algumas imagens assustam os espectadores, no entanto o foco central gira em torno de sentimentos como culpa, dor, arrependimento, entre outros, todos temas que se relacionam e entram em conflito com a fé religiosa.
A princípio, apresentando-se como um drama, a série lentamente quebra a guarda do público com uma narrativa baseada em um enredo que salpica elementos de terror antes de submergir os espectadores no caos no meio da temporada.
Sinopse de Missa da Meia-Noite
A história segue Riley Flynn, interpretado pelo veterano ator Zach Gilford. Riley é um alcoólatra em desgraça que cumpriu quatro anos de prisão depois de matar uma jovem em um acidente de carro embriagado. Ele volta para casa em Crockett, uma pequena ilha remota em algum lugar da costa dos Estados Unidos.
A cidade, envergonhada de suas ações, não o abraça totalmente, além de sua mãe, Annie Flynn (Kristin Lehman) e uma antiga amante, Erin Greene (Siegel). Além disso, a cidade é composta principalmente de católicos devotos e Riley ainda não se encaixou depois que perdeu a fé enquanto estava na prisão.
O retorno de Riley coincidentemente segue-se da chegada um novo pároco, Padre Paul Hill (Hamish Linklater). Com a chegada do Padre Paul, sucedem-se acontecimentos sobrenaturais e miraculosos – as doenças aliviam, as feridas são curadas e a fé é restaurada. Mas nem tudo está bem, pois um segredo obscuro cai sobre Crockett, implorando para ser revelado.
Os personagens
Linklater é esplêndido no papel do Padre Paul. Gilford atua como o público cético, mantendo os espectadores neutros em um ambiente profundamente religioso, mas o personagem de Linklater serve como o inverso. Linklater usa uma extraordinária performance física para atrair o público. Além disso, a mortalha de mistério que ele dá ao Padre Paul ajuda a envolver o público quando o ritmo está lento.
Outra incrível atuação pertence a Samantha Sloyan, que interpreta a hipócrita Bev Keane, a membra mais devota da Igreja Católica na ilha. Bev é um personagem que os fãs vão adorar odiar e Sloyan tem uma atuação que cria, possivelmente, um dos melhores vilões do terror contemporâneo.
O enredo
Apesar das muitas reviravoltas com o enredo, algumas facilmente previsíveis, o programa encontra muitas maneiras de manter os espectadores alerta.
A série oferece um estudo da Igreja Católica e da própria fé. Ela examina o evangelismo sem fazer nenhum julgamento por meio de representação honesta e motivos claros de caráter. Ademais, a religião é mostrada em luzes positivas e negativas e conclui com a ideia de que a religião pode ser usada para curar e prejudicar, dependendo da pessoa que a usa. Isso, misturado com os temas da culpa, dor, arrependimento, perdão e salvação, cria uma narrativa complexa que se alinha com a forte escrita que Flanagan utiliza em suas outras obras.
Há imagens assustadoras, alguns jumpscares, uma trilha sonora assustadora que faz uso de hinos católicos tradicionais e um abraço completo do paranormal leva-nos à um clássico e maravilhoso cenário de terror.
Para quem procura um ambiente semelhante a “A Maldição da Residência Hill”, não é bem isso que encontrará aqui. Os sustos não são tão evidentes e o método de contar histórias minimiza a tensão até o clímax da série.
No entanto, a sensação de pavor está sempre presente e as dificuldades dos personagens é a força motriz para continuar assistindo a primeira metade da temporada. Porém, para os telespectadores que procuram o terror que se constrói e eventualmente se transforma no caos, “Missa da Meia-Noite” com certeza irá satisfazer.
Esta série é uma tragédia com temas adultos, não faltam momentos desconfortáveis, linguagem adulta e imagens perturbadoras que sem dúvida irão afastar alguns espectadores. No entanto, a narrativa envolvente e a recompensa alucinante fazem valer a pena assistir.
Conclusão
“Missa da Meia-Noite ” é um das melhores séries do ano e transcende o gênero terror. A temática, as complexidades morais e a narrativa profunda se misturam perfeitamente com os elementos aterrorizantes para criar um show que será comentado por muito tempo. No entanto, apesar de tudo isso, torcemos que não tenha uma continuação.
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