Star Wars: Histórias do Império é uma minissérie antológica animada da Disney Plus, que conta parábolas do mundo de Star Wars em curtas metragens. O projeto em si é uma continuação de “Histórias do Jedi”, que é a última temorada desta antologia.
Eu particularmente amo a primeira temporada dessa série. Todos os episódios possuem um enredo fantástico, e os estudos de personagens como Conde Dookan e Ashoka Tano propostos no show são simplesmente brilhantes. E agora, Dave Filoni tem a oportunidade de dar o mesmo tratamento animado para o lado negro da força. Mas será que ele conseguiu? Infelizmente… Não
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O peso do protagonismo
Toda e qualquer obra cinematográfica começa com uma boa história, e toda boa história começa com um bom protagonista. Você não necessariamente precisa criar a figura mais carismática ou profunda para estrelar a sua obra, mas é fundamental que o mesmo tenha o mínimo de presença para nos fazer comprar a sua jornada.
A primeira temporada dessa série compreendeu muito bem isso, e elevou ao status de protagonismo 2 dos jedis mais complexos do universo de George Lucas. E em Star Wars: Histórias do Império, eu fiquei deveras entusiasmado com o potencial de explorar os personagens do outro lado da força.
Várias possibilidades surgiram na minha mente. Darth Plagueis, Cad Bane, Pong Krell, Asajj Ventress, a lista era enorme e entusiasmante. Mas apesar de minhas esperenças, Filoni decidiu elevar ao status de protagonista a irmã da noite Morgan Elsbeth, da série da ashoka, e a youngling Barriss Offee, de Clone Wars. E infelizmente, este se mostrou ser o maior erro deste projeto.
Potencial desperdiçado
Ok, imaginem comigo…
Você é um chefe de cozinha renomado, e tem como missão cozinhar um prato para o maior crítico gastronômico do país. À sua disposição estão os melhores ingredientes e receitas que a culinária possui. Mas você, como artista, decide ignorar todos eles e cozinhar um prato mais sutil, com ingredientes menos conhecidos e seguindo uma receita mais obscura, visando surpreender o crítico
Se você quer seguir neste caminho, deve saber que o seu prato tem que necessariamente ser simplesmente inesquecível, para compensar a sua ousadia em escolher os insumos menos “glamurizados”. Basicamente, você deve incorporar o Remy no final de Ratatouille, onde ele decidiu cozinhar um prato simples de camponês e entregou seu Magnum Opus gastronômico.
Mas infelizmente, Filoni não conseguiu cozinhar tal Ratatouille.
O que nos foi servido
Ao invés disso, ele usou estes ingredientes (Elsbeth e Offee) para cozinhar um prato que falta sabor, potência e impacto.
A montagem da iguaria é de alto nível. Histórias de Jedi tem uma das animações mais belas da história da franquia. Mas infelizmente a beleza do prato não compensa a falta de sabor, e nem a participação de personagens como Griveous e Vader salvam a obra de um eventual ostracismo.
Eu confesso que é deveras injusto culpar as duas principais pela mediocridade da minissérie. As duas são excelentes coadjuvantes que deixaram sua marca em suas respectivas séries. Mas não passam disso, coadjuvantes.
E esse é o maior erro de Histórias de Jedi. Desenvolver a história ao redor de duas “heroínas” com pouca presença e não conseguir fazer com o que as suas jornadas elevem o seu impacto como os centros narrativos da antologia.
Por fim, Star Wars Histórias do Império da Disney Plus está longe de ser um desastre, existem elementos do enredo que eu gostei, e as cenas de ação são excelentes, especialmente as do primeiro episódio. Mas comparado ao que nós tivemos em Histórias dos Jedi, infelizmente é seguro afirmar que a segunda temporada foi no mínimo decepcionante. Especialemente para o nível que as animações de Star Wars conseguem alcançar.
Ficha Técnica
Direção: Dave Filoni, Nathaniel Villanueva, Steward Lee e Saul Ruiz
Roteiro: Dave Filoni
Duração: 6 episódios com média de 15 minutos cada
País: Estados Unidos
Gênero: Fantasia e Ficção científica
Ano: 2024
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