Crítica | Tem Alguém na sua Casa, novo slasher da Netflix

Tem Alguém na sua Casa se contenta em ser a recomendação ruim que o algoritmo te dá depois de assistir um bom filme clássico do gênero.

Tem Alguém na sua Casa, novo filme “slasher” da Netflix, é uma colcha de retalhos adolescente sem foco e insatisfatória em comparação com os outros filmes do gênero em que se inspira. Ele se veste com uma dúzia de truques para fazer com que se pareça mais do que uma cópia de obras superiores, mas quase tudo que está acontecendo aqui é decepcionante.

Do traje temático do assassino às peças do cenário de ação e ao verdadeiro motivo pelo qual o assassino está matando, Tem Alguém na sua Casa é uma névoa de mal-estar violento. Além disso, também é totalmente inconsistente com sua premissa, mensagem e tom, querendo ser um metamistério no estilo “Scream“, uma sátira do ensino médio no estilo “Heathers” e uma história dramática de redenção ao mesmo tempo. É tão algoritmicamente jogado que mesmo a premissa titular – de alguém estar na casa de alguém – não vale para mais de uma morte.

Isso mesmo, este filme nem mesmo faz jus ao seu título. Além disso, a regra tácita de que as duas primeiras mortes estabelecem – que o bicho-papão local está perseguindo pessoas que são secretamente más – é totalmente demolida na terceira morte, quando o alvo é uma pessoa decente. E se você está se perguntando por que há uma irregularidade tão gritante ali, é porque o filme inteiro é instável. Até a revelação final – que é preguiçosa, vazia e decepcionante. Às vezes, parece que o filme está tentando dizer algo sobre a “cultura do cancelamento”, mas até nisso é incompetente.

Passado em uma cidade rural do Nebraska, o filme começa com um astro do futebol americano sendo morto em sua própria casa (assim o título vale, a princípio). Acontece que o cara era um lixo. Assim que ele é exterminado, por um assassino usando uma máscara que se parece com a vítima, toda a comunidade vê um vídeo da vítima um instigando um violento ritual de trote de time de futebol que acabou brutalmente errado. Com a cidade cambaleando, o próximo assassinato solidifica o fato de que o assassino está perseguindo pessoas com segredos obscuros. Especificamente, segredos sobre as vítimas serem pessoas propositalmente horríveis.

Rapidamente, porém, esse plano é abandonado em favor de uma história onde qualquer um, incluindo nossos heróis, que por todos os relatos de armaduras de enredo não podem secretamente ser intolerantes ou homofóbicos, estão em perigo. Portanto, torna-se apenas uma história sobre alguém matando qualquer adolescente na cidade por qualquer motivo. Tem Alguém na sua Casa é um caso totalmente miserável de um filme que não tem pontas, nem coração.

A Sydney Park de “The Walking Dead” estrela como Makani, uma garota que recentemente se mudou para a cidade, escapando de um evento trágico e recente que, como todo mundo, se torna o alvo desse agressor mascarado porque… tem um passado ruim. Mais uma vez, porém, Makani e seu bando de amigos excluídos são aparentemente tão vulneráveis quanto as duas primeiras vítimas do assassino, que são pessoas com preconceito desagradável. E o tempo todo o filme joga o jogo da pista falsa ao ponto em que o assassino realmente não pode ser ninguém, exceto aquela pessoa que não faz nenhum sentido.

Conclusão

Enfim, Tem Alguém na sua Casa é um filme que só parece se importar em preencher várias caixinhas de gêneros por causa da coluna “principais escolhas para você” da Netflix, do que entregar um história interessante, envolvente e divertida. Ou seja, Tem Alguém na sua Casa se contenta em ser a recomendação ruim que o algoritmo te dá depois de assistir um bom filme clássico do gênero.

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