A princípio, Viúva Negra tinha tudo pra ser uma baita história de encerramento para a Natasha Romanoff. Contudo está um pouco distante disso. Pelo visto a Marvel ainda não aprendeu a trabalhar suas heroínas em filme solos, vide o exemplo de Capitã Marvel.
Sendo assim, creio que a grande expectativa de todos com o longa sobre o “passado” da Viúva Negra, era que fosse mostrado essa desconstrução dela como espiã e criminosa, migrando para a construção dela como heroína, agente da Shield e Vingadora. Como vocês bem sabem, temporalmente, Viúva Negra se passa após os acontecimentos de Capitão América: Guerra Civil. O filme começa com um flashback até legal do passado da Romanoff, na qual ela e sua “irmã” Yelena Belova ainda são crianças. Ambas vivem em uma família forjada com um cômico Guardião Vermelho (David Harbour) no auge dos seus tempos e uma Melina Vostokoff (Rachel Weisz). Todos eles protagonizam uma ótima cena de fuga, deixando a SHIELD comendo poeira pra trás.
Essa passagem pelo passado delas foi muito interessante, pois dá para notar o quanto naquele momento as meninas eram apegadas a “família”. Logo após, temos uma Natasha fugindo do governo americano por conta do acordo de Sokovia. E o passado dela volta a tona quando sua irmã manda uma mensagem pra Natasha, colocando a mesma na mira do vilão “Taskmaster”. A partir daí, a trama se desenrola. O filme é recheado de ação, dosado muito bem com humor que é recorrente. Yelena Belova tem uma grande exposição, talvez por ela ser a próxima Viúva Negra. Fato é, que muitas vezes a personagem da Florence Pugh teve mais protagonismo do que a Scarlett Johansson. Ainda sim, a química entre as duas Viúvas é bem interessante, e é algo que deveria ter sido explorado bem antes.
De fato, entre as coisas que mais me incomodaram nesse filme estão a época de lançamento e seu roteiro simples. O filme poderia dar um encerramento digno para Natasha e uma passagem de manto pra Yelena. Entretanto, ao meu ver serviu mais como palco e um trampolim para a irmã mais nova. Além disso, é impossível não sentir que essa história está deslocada. A Viúva Negra merecia uma história solo muito antes.
Ademais, já não havia muito sentido em ter um filme de “origem” para um personagem que a gente já sabe que está morto no futuro. O que tira completamente o peso dramático das cenas mais importantes, pois sabemos que ela irá se safar no final deste longa. E da forma como falavam da Sala Vermelha, esperava-se que fosse mais aprofundado na trama. Em resumo, o que era pra ser um filme de espionagem, se tornou um filme sobre família (por que choras Toretto?).
O entrosamento entre Natasha, Guardião Vermelho, Yelena e a Melina é muito interessante. O modo errante como eles interagem entre si vai do cômico ao emocionante, e isso é admirável. E falando em admirável, deixei por último, o vilão. O Treinador é um baita personagem mas HQs e estava curioso para sua adaptação nas telonas e… estou decepcionado.
A primeira aparição dele em tela é impactante, parece um desafio e tanto para Naty e Cia. Porém, ele é posto de lado algumas vezes. Sendo que dava pra ter explorado de uma forma muito melhor. Até por que ele se mostrou um oponente muito interessante. Nos quadrinhos, ele era um agente da SHIELD que entrou pro programa do super soldado. Isso fez com que ele ganhasse habilidades e tivesse uma super memória fotográfica. Ou seja, só dele ver, ele copia com exata perfeição o movimento de luta de qualquer pessoa. Com um vilão desse, tudo está certo pra ter um vilão consistente durante a trama, certo? Errado. Além do treinador não ser explorado como deveria, o plot que revela quem é a pessoa por debaixo da máscara não convence ninguém. Porque era sinceramente previsível.
Ainda assim, sobre plot (o mesmo de Soldado Invernal e outros mais), a “Fórmula Marvel” está se desgastando. E essa é a minha maior crítica ao estúdio. Parece que Kevin Feige não se propõe a ousar. E apresentar sempre mais do mesmo uma hora cansa.
Esperando que isso não se torne uma prática exaustiva nos filmes do UCM. Entre boas cenas de ação e um humor sem ser exagerado, mas com um roteiro vazio, classifico Viúva Negra como uma boa ideia mal executada. Não passando de um gigante fan service, só pra gente matar saudade de um personagem querido e conhecer um novo que será importante no futuro. Por fim, preparem agora pra explosão de teorias sobre o futuro do UCM. E em relação ao futuro da Viúva Negra, pois foi dito que havia a possibilidade de um segundo filme. A coisa é bem simples: se tiver lucro, eles fazem. Senão, vão deixar quieto.
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