A primeira edição de Dark Ages não é nada empolgante.
Tom Taylor é um escritor que ficou conhecido pelas suas histórias apocalípticas e de rápida leitura. Em poucos anos trabalhando para a DC Comics, Taylor colocou os heróis da editoras em um apocalipse zumbi, em uma ditadura mundial liderada pelo Superman e em uma realidade alternativa onde a Terra foi devastada pelo exército de Darkseid. Mesmo essas histórias tendo recebido boas e más críticas do público, Taylor se consagrou ao ponto de continuar o seu legado de histórias alternativas onde o fim do mundo é questão de tempo.
Dessa vez, o seu legado foi direcionado para uma realidade alternativa do multiverso da Marvel. Em Dark Ages (Era das Trevas, em tradução livre), os heróis da Casa das Ideias terão que enfrentar uma nova ameaça cósmica denominada de The Unmaker (O Descriador, em tradução livre), uma máquina viva criada há milhares de anos com o intuito de proteger o universo através do consumo de buracos negros, impedindo com que eles destruíssem a matéria viva de todo o cosmo. No entanto, o consumo excessivo fez com que a energia escura desses buracos negros corrompessem a máquina, tornando-a uma ameaça tão grande ao ponto do próprio Tribunal Vivo intervir (algo mais raro do que os Eternos intervindo em algo). De acordo com Uatu, após a derrota de Unmaker, Tribunal Vivo — cujo o mesmo não conseguiu destruir a máquina — o colocou em um estado de sono profundo e o aprisionou no centro de um planeta recém-formado: a Terra. Éons mais tarde, a ameaça acordou de seu sono forçado e tentou se libertar de sua prisão, ocasionando em terremotos por todo o mundo que, inevitavelmente, causaria na destruição da Terra.
Resumindo: Comer em excesso pode te causar obesidade mórbida, diabetes e uma vontade incontrolável de destruir o Universo.
Após uma longa introdução descrevendo o quão ameaçador é o novo vilão, as mentes mais inteligentes da Terra se reúnem e criam um plano mirabolante para deter a maior ameaça que esse universo já viu: enviar cinco indivíduos (Dr. Estranho, Coisa, Sue Storm, Feiticeira Escarlate e Visão) para o Centro da Terra com o intuito de enfiarem a porrada em uma máquina que nem o Tribunal Vivo conseguiu destruir. O plano deu certo? Claro…
Durante o rápido e nenhum pouco empolgante massacre ao quinteto, descobrimos que Unmaker não é a verdadeira ameaça desta história, mas sim a premissa que, supostamente, o destruiu, pois tal evento produziu um cenário que acabou com a produção de toda a energia elétrica do planeta Terra. Máquinas, vidas artificiais, lançadores de teias, armaduras… Tudo foi completamente destruído.
A primeira edição é em grande parte narrada pelo Homem-Aranha, que acrescenta pouco ou quase nada para o enredo. No entanto, o fato dessa versão do Peter não ter feito aquele maldito pacto com Mephisto já é um ponto positivo para a história (mesmo que isso não acrescente em absolutamente nada para o enredo). A arte de Iban Coello também é outro ponto positivo.
Sobre Unmaker, ele é literalmente uma máquina viva que destrói tudo que toca. Pelo menos nessa primeira edição, ele não demonstrou nenhuma personalidade ou motivações que o possam comparar com Ultron ou com outros robôs assassinos que os fãs tanto amam. Sobre o seu design, ele é bem genérico, mas longe de ser ruim.
Para finalizar, Dark Ages tem uma ótima premissa ao colocar a humanidade a mercê de um mundo sem eletricidade — principalmente quando as pessoas se tornaram tão dependentes dela. Contudo, não havia necessidade nenhuma de criar uma entidade quase nível Tribunal Vivo para isso.
Nota final: 2/5