Crítica | Em Busca de Mim (Netflix)

Nova adição da Netflix em Fevereiro, o longa holandês Em Busca de Mim chegou a plataforma sem muito alarde. Com a difícil missão de ser um drama comovente, o filme vem conseguindo destaque no ranking interno da plataforma.

O filme se passa na pequena ilha de Stromboli, onde vemos um grupo de afortunados trabalhando em questões emocionais de seus passados. Sara, uma das viajantes, acaba caindo neste grupo de auto-ajuda por acaso, e se vê confrontando seu doloroso passado.

Vale a pena?

Adaptado de uma autobiografia de Saskia Noory, Em Busca de Mim até tem uma carga dramática bem forte, com personagens com passados conturbados, e com problemas que os atormentam. Porém o filme pouco faz para de fato, mostrar uma cura para esses personagens. E, por mais que o elenco ajude, o longa passa a sensação de que esta ”terapia” em grupo, pouco fez para buscar uma espécie de cura ou conforto.

Embora os personagens aqui apresentados, sejam interessantes, com problemas variados, o longa não consegue construir uma profundidade sobre eles. E seus traumas, pouco são trabalhados. O filme por muitas vezes, passa a sensação de falta de tempo, o que pode ser verdade, já que com menos de 1h40, talvez fique trabalhoso falar sobre inúmeros problemas, com uma profundidade mereceida.

O diretor Michiel Van Erp, ao depositar todo seu tempo, no foco da protagonista Sara, se esqueceu das beiradas de seu filme. Por vezes, Em Busca de Mim mais parece um filme sobre um retiro para milionários excêntricos, do que um longa que venha tratar de algo mais sério. O ponto mais fraco aqui sem dúvidas, é o seu desfecho, o longa pouco faz para mostrar que os personagens tiveram um perdão, ou encontraram alguma paz.

É uma pena que, uma história tão boa em certos momentos, acabe se perdendo em sua construção, e não consiga nos passar um alívio. O bom ponto aqui é: Em Busca de Mim é um longa diferente dentro da Netflix, não sendo apenas mais uma adição qualquer de catálogo do serviço.