Entre Estranhos- Apple TV+ aposta em série com um drama fraco e arrastado

Entre Estranhos- Apple TV+ aposta em série com um drama fraco e arrastado

Entre Estranhos chegou ao catálogo da Apple TV com grandes expectativas. Porém, a série estrelada por Tom Holland e Amanda Seyfried, pouco faz para dar liga em sua história, o que a torna extremamente repetitiva e arrastada. Assim sendo, mesmo com uma boa ideia, Akiva Goldsman não conseguiu transmitir de fato, uma boa abordagem ao que da liga no livro.

A série antológica The Crowded Room, é baseada no livro biográfico The Minds of Billy Milligan, escrito por Daniel Keyes. Nele entendemos como Billy Milligan, na série chamado Danny Sullivan (Tom Holland), se tornou a primeira pessoa a ser absolvida de um crime por causa de transtorno de personalidade múltipla (hoje conhecido como transtorno dissociativo de identidade). O mistério por trás do caso e do passado do garoto envolvido em um tiroteio em Nova York é desvendado através de entrevistas e interrogatórios conduzidos por Rya (Amanda Seyfried), uma psicóloga clínica dedicada à causa mas que precisa conciliar a vida profissional com a de mãe solteira.

Uma boa ideia no papel

The Minds of Billy Milligan, escrito por Daniel Keyes, é um aclamado romance de não-ficção, que consagrou Keyes, por sua abordagem sobre o transtorno dissociativo de identidade. O livro traz uma grande abordagem sobre a psique humana. E é um mergulho dentro de uma mente que, apesar de complexa, é de enorme curiosidade. Além de, investigar e trazer uma visão do quão alto é o poder da nossa mente, e como o sistemda época, era pouco capaz de trabalhar questões mentais.

O porém de tudo isso, quando olhamos para a a série, é que todo o ambiente criado no livro, de suspense e aflição sobre não sabermos o que é real e o que não é, é perdido nos primeiros episódios. A série por vezes se arrasta em detalhes pouco importantes para a a trama, além disso, trabalha muito mal a questão da montagem dos episódios.

Vale a pena?

A começar, que de cara, a série entrega seu grande plot: o transtorno do personagem do Holland. Isso poderia ser visto como um movimento ousado, porém, a produção pouco faz para construir outros grandes momentos. Ela devaga e se estende por outros, a fazendo ficar monótona e até perdida em alguns pontos. Talvez nem mesmo a tentativa da série de jogar ainda mais luz em questões de saúde mental seja válida. Isso porque ela tenta brincar em certos pontos com este fato, e a personagem de Seyfried, em certo momento pode não acreditar no garoto, mas fica meio transparecido que ela até sabe que Danny cria personagens, e ”da corda” ao garoto por diversão.

E como dito, com o seu grande plot sendo entregado já nos primeiros 2 episódios, Entre Estranhos fica a ver návios quando tenta criar um mistério em volta da mente de Danny. Afinal, sabemos do problema do garoto, então é de fácil suposição saber quem são os seus ”salvadores” durante as situações em que ele se coloca.

O grande destaque ao meu ver aqui, é Seyfried. Que, apesar de parecer meio monótona em alguns pontos, entrega uma boa atuação, como a firme interrogadora Rya, que é quem embarca por assim dizer, nas histórias do garoto. Por outro lado, Tom Holland entrega mais uma vez, uma atuação mediana e sem inspiração. O ator até se esforça para criar um drama ainda maior em torno do seu personagem, mas ele soa forçado e sem empolgação. Holland tem tentado se desvincular da imagem de um adolescente frágil garotinho carismático, para se aventurar em produções mais sérias, mas aqui ele ainda não chegou neste ponto.

No fim Entre Estranhos chegou com muita pompa na Apple TV+, mas a série é deveras arrastada, e tenta criar mistérios onde não tem mistério.

Trailer da série

Avaliação: 2 de 5.

Ficha Técnica

Criação: Akiva Goldsman
Duração: 10 episódios, 45 min aprox.
País: Estados Unidos
Gênero: Drama, biográfia, policial
Ano: 2023
Classificação: 16 anos

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