Crítica | Feios - Tema bom, ideia razoável, execução péssima

Vivemos em uma sociedade em que o padrão de beleza branco e eurocentrado é bastate ativo e problemático. Levando em conta diversas questões ainda como raça e classe. Contudo, no ano de 2024 esse assunto já desmembrado e discutido de forma avulsa, criando uma geração que está disposta a combater isso, algo que o novo filme da Netflix “Feios” parece não compreender ao lançar essa nova distopia caótica.

No novo longa, vivenciamos um futuro onde, ao completarem 16 anos, os adolescentes fazem uma cirurgia para se tornarem “perfeitos”. Antes da operação, a sociedade os considera feios e os exclui. Joey King protagoniza o filme, interpretando uma jovem que anseia por sua cirurgia. No entanto, diversos acontecimentos a levam a um dilema, e ela acaba se envolvendo com um grupo “revolucionário”.

Crítica do filme

Uma das coisas primordiais que precisamos focar aqui antes de continuar com essa crítica é entender que não é o padrão de beleza ou a imperfeição que gera “guerras” ou “gastos dos bens naturais”, mas sim o capitalismo e a sua diferença de classe. É uma sociedade classistas burguesa que gera guerras, com intuito de estender seus tentáculos. Ser “feio” ou “bonito” não importa. Mas considerando a ficção, e um livro que é de 2005, talvez, o enredo possa parecer interessante a esse primeiro momento, mas…

O filme “Feios” está longe de ser uma produção original, não pelo fato de ser uma adaptação literária, mas sim porque já fomos massivamente cheios com produções desse tipo, Blade Runner, Jogos Vorazes, entre tantos outros. Conceitos, que já foram explorados de forma melhor, são tratados como lixo nessa nova saga.

Além disso, a trama tem a profundidade de um pires, mesmo que os atores se esforcem muito para dar um clima melhor e desviar a atenção de diálogos horríveis. Além disso, a Netflix usa de uma pauta séria como Token para criar mais um dos seus filmes mainstream com roteiros que parecem escritos pelo chatgpt.

Por fim, “Feios” é um filme raso, sem qualquer impacto que ocupa o top 1, somente por curiosidade dos telespectadores e pela presença da atriz Joey King. Por mais que tenha uma crítica nele, não passa de uma usabilidade vazia da indústria hollywoodiana. Essa mesma que não está nem ai para questão de “pensamento” e “liberdade”. Ainda mais quando se trata da questão ambiental.