Na noite de ontem, foi ao ar a 75ª edição do Emmy Awards. A premiação, a maior da indústria televisiva americana, celebrou seus 75 anos com homenagens a diversas séries que fizeram história. Além disso, vimos a consagração de diversas séries, além de um merecido destaque da acadêmia televisiva, aos diretores e roteiristas de séries.
E como qualquer premiação, diversos marcos, tanto positivos como negativos, foram quebrados na festa. Assim sendo, reunimos aqui um punhado desses marcos, alguns tristes, outros alegres, mas que se fizeram presentes.
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Quinta Brunson faz história na comédia
A noite de ontem foi especial para a TV, e Quinta Brunson fez parte do momento de forma única. A própria premiação quebrou grandes recordes em termos de representatividade. Isso porque, o Emmy 2023 foi o mais diversificado desde 1991, com 5 atores não brancos vencendo categorias de atuação, além de ter marcado a primeira vez que o Emmy de atriz coadjuvante e principal em série de comédia foi dado para mulheres negras num mesmo ano.
E Quinta Brunson pode comemorar seus marcos pessoais. A atriz e criadora da série Abbott Elementary, se tornou a segunda mulher negra a vencer a categoria de Melhor Atriz em Série e Comédia. Para se ter ideia, primeira mulher negra a fazer isso foi Isabel Sanford, de The Jeffersons, em 1981.
Além disso, Quinta ainda se juntou a Tina Fey e Phoebe Waller-Bridge, na lista de atrizes vencedoras do Emmy que criaram e escreveram seus próprios programas. E ela é a primeira atriz negra a conseguir este feito. Viva Quinta Brunson!
O esnobe recorde de Better Call Saul
Como sempre é necessário relembrar, prêmios, por mais prestigiosos que possam ser, não são régua nenhuma para determinar qualidade. E mais uma prova cabal disso foi dada na noite de ontem. Better Call Saul, o aclamado spin-off de Breaking Bad, finalizou suas 6 temporadas sem ter ganho um único Emmy. E não foi por falta de indicações, Better Call Saul acumulou um total de 53 indicações em Emmy ao longo de suas temporadas. E estabeleceu um recorde de série mais indicada, mas sem nenhuma vitória.
Como dito acima, prêmios não estabelecem qualidade, e este é um exemplo evidente. A triste verdade é que, talvez o melhor spin-off já feito de uma série de sucesso, chegou ao fim sem reconhecimento algum. E vamos combinar, num mundo justo, Bob Odenkirk teria levado pelo menos 4 estatuetas. E é difícil engolir que Rhea Seehorn, a parceira de Odenkirk na série, tenha perdido para Jennifer Coolidge. Não que a atriz de The White Lotus esteja ruim no papel, mas o que Rhea Seehorn faz na última temporada de Better Call Saul é maravilhoso. Bom, quem perde é o Emmy.
Ali Wong, Steven Yeun e Beef fazem história
Beef (Treta no Brasil), parece ter conquistado o coração dos votantes. Apesar de haver rumores de que a série ganhe uma nova temporada (fazendo a mesma deixar de ser uma minissérie), a produção rendeu bons frutos. A produção venceu 5 Emmys na noite de ontem, inclsuive o criador da série Lee Sung-jun, fez história ao se tornar o primeiro asiático a vencer 3 Emmys na mesma noite. Além de ter sido o primeiro a vencer nas categorias de Melhor Direção e Roteiro.
Mas o grande destaque, e quebrando outra marca, foi a vitória de Ali Wong e Steven Yeun nas categoria Melhor Atriz e Melhor Ator em Minissérie respectivamente. Ambos se tornaram os primeiros atores asiáticos vencer os prêmios. Ali Wong inclusive, é a primeira asiática a vencer uma categoria princípal de atuação no Emmy. E que venha uma segunda temporada.
RuPaul: A pessoa negra mais vencedora da história do Emmy (e contando)
Desde que estreou a alguns anos, RuPaul’s Drag Race se tornou um verdadeiro marco na TV americana. Além dos diversos marcos, o criador do programa, RuPaul, estendeu seu recorde no Emmy com sua incrível seqüência de vitórias como apresentador de reality shows. O apresentador já levou para casa 8 prêmios seguidos, um recorde.
Além disso tudo, RuPaul atualmente é a pessoa negra mais condecorada da história do Emmy. O apresentador tem 15 prêmios, e deve estender este recorde por mais tempo.
Considerações finais
Apesar de todas essas grandes marcas, não deixa de incomodar o fato, de que se passa mais um ano, e a diversidade no número de produções indicadas diminui. Os mais de 20 mil votantes da acadêmia, parecem não acompanhar ou dar conta do número recorde de produções lançadas ano após ano. E isso resulta em bizarrices, como na categoria de Melhor Ator Coadjuvante em Série de Drama ter apenas nomes de 2 SÉRIES indicados. Mas fica como o grande ponto positivo da noite de ontem, o grande destaque dado a roteiristas e diretores. Afinal, a greve afeta Hollywood de forma indireta até agora, então é bom dar mais destaque a estes profissionais, o alicerce da indústria.
Ademais, alguns resultados foram tristes, porém, mais uma vez temos que lembrar que prêmios não cravam qualidade.
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