O Dragão guerreiro está de volta para mais uma aventura em Kung Fu Panda 4. o longa, que estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (21), traz de volta Po e o mundo de artes marciais da Dream Works em uma história sobre aceitar as mudanças da vida e aprender a confiar nas pessoas.
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Jack Black, intérprete original do protagonista, junto com Awkwafina, a estreante Raposa Zhen, e o diretor Mike Mitchel falaram com a equipe Team Comics sobre os desafios de fazer o filme. Confira com a gente como foi esse papo:
TC – Oi pessoal, é muito bom poder falar com vocês. No filme a gente vê os personagens Po e Zhen e eles são totalmente opostos no quesito acreditar nas pessoas e nós vemos o desenvolvimento disso no decorrer do filme. E eu queria saber de vocês o quanto de Po e Zhen tem dentro de cada um. Como vocês desenvolveram essa confiança nas pessoas ou foi algo que vocês já faziam desde criancinhas?
Awkwafina – Você é uma pessoa que acredita nos outros? De acreditar fácil e acabar se dando mal?
Jack Black – Eu não sou muito de confiar, infelizmente. Leva um tempo, até bastante tempo, para que possa confiar em alguém. Mas eu gostei muito como a sua personagem (Awkwafina) se desenvolveu e como nós conhecemos mais sobre ela e a sua infância, que você era das ruas e das partes mais perigosas…
Awkwafina – E você também era um órfão.
Jack Black – Sim, eu também era um órfão.
Awkwafina – Mas vendo por uma perspectiva diferente.
Jack Black – Sim. Mas eu, desde o início, tive uma família amorosa e que me apoiava enquanto você tinha que se defender e lutar pela sua vida.
Awkwafina– Com uma mãe narcisista ainda por cima.
Jack Black – E nós fomos capazes de encontrar um meio termo de alguma maneira e acho que essa é a beleza do arco dessa amizade. Começa com desconfiança e termina com…
Awkwafina – Com confiança.
Jack Black – E, de certa forma, eu acho que eu e você temos a mesma dinâmica. Não que você fosse das ruas e eu fosse do colégio particular, mas que nós temos diferentes tipos de senso de humor. No que eu sou mais exagerado, com um humor mais físico, infantil. Você tem um humor mais seco e sarcástico.
Awkwafina – Obrigada.
Jack Black – E quando nós juntamos esses dois tipos, criamos algo novo.
Awkwafina – Algo mágico.
Jack Black – Eu fiquei muito feliz pelo modo como nossos personagens funcionaram no filme.
Awkwafina – Ah, eu achei que você estava falando da vida real, mas beleza.
Jack Black– As duas coisas!
TC – Esse novo capítulo muda o tom do personagem principal e dá a ele uma nova perspectiva no filme. Qual foi o impacto dessa mudança no filme todo?
Mike Mitchell – Quando fazemos esse tipo de mudança… Eu acho que é esse o motivo de ter levado tanto tempo para chegar nas telonas. nós queríamos ter certeza que estávamos contando a história certa, nós não queríamos só fazer mais um Kung Fu Panda. E quando nós chegamos na história, e uma parte importante era o tema e a mensagem que estamos colocando ali, nós pensamos que o Po já havia feito tudo que podia, já tinha alcançado tudo, ele é o Dragão guerreiro. Mas e se isso fosse tirado dele? E com isso vem a mudança. E nós pensamos que isso é relacionável independentemente do país que você vive ou da sua idade, mudanças sempre podem ser cheias de ansiedade. Mesmo que você seja uma criancinha saindo do fundamental para o ensino médio pode ser muito intenso e mesmo como adulto, para mim se mudar de um trabalho para o outro pode ser muito… Sabe? causar muita ansiedade. Ou até mesmo se mudar de um lugar para outro. É maluco! E eu acho que isso é muito relacionável. Mas o que nós tentamos colocar aqui, e o que o Po percebe no terceiro ato do filme, é que a mudança não precisa ser sempre ruim. Pode ser algo maravilhoso. Nós deveríamos aceitar isso e perceber que isso não é perder algo que já fomos, mas crescer em cima disso e se tornar algo melhor. É algo que é muito importante para nós. Mesmo que sejam filmes leves, divertidos de ação, nós cavamos fundo quando estamos falando das mensagens e eu acho que isso ajuda os filmes a serem dignos da tela grande.
TC – A gente vê o Po meio resistindo a essa pressão de ficar mais velho, sábio e passar para uma etapa diferente na carreira. Vocês já passaram por isso profissionalmente? Como se vocês tivessem uma pressão para fazer personagens mais maduros ou mais trabalhos sérios ou vocês se isentam disso por fazer mais comédia?
Jack Black – Eu sou um fã das paradas mais sérias de drama, mas eu não consigo me enxergar muito nelas. Mas cara, eu amo muito Sangue Negro e o jeito que o Daniel Day Lewis lidou com aquele material. talvez.. nunca diga nunca!
Awkwafina – É como o Bob Dylan disse uma vez “os tempos estão mudando”, e eles nunca param. Eu acho que o mais importante é entender que a mudança é inevitável e que, quando você chegar nessa nova etapa, você esteja feliz ou pelo menos otimista sobre o caminho que você está tomando. E eu acho que você tem que seguir o fluxo, porque senão você fica preso em um lugar que não faz mais sentido, sabe?
TC -Existe uma temática muito grande nesse filme sobre mentor e sucessor. E eu me pergunto se você Jack, deu algum conselho para a Awkwafina, como uma novata no projeto? E, do lado oposto, você, Awkwafina, aprendeu algo com o Jack nas filmagens?
Jack Black – Eu acho que nunca dei nenhum conselho de vida ou profissional pra Awkwafina… Dei?
Awkwafina – Deu sim.
Jack Black – Por favor, compartilhe.
Awkwafina – Bem-vinda à selva!
Jack Black – Bem-vinda à selva? Explique.
Awkwafina – Quando nós fizemos Jumanji 2, eu perguntei pra ele como era aquilo. E aí ele cantou o início de Welcome to The Jungle e eu acho que você emendou um outro trecho do “you gonna die”, mas acho que você já tava só cantando.
Jack Black – Eu acho que isso não foi um conselho, mas uma espécie de serenata para te introduzir ao meu mundo.
Awkwafina – Sim.
Jack Black – Bem vinda à Selva, você vai morrer!
Awkwafina – trabalhar com o Jack me Ensina Muito, porque ele é muito fácil de trabalhar, gentil, engraçado, generoso… É isso que eu aprendo
Jack Black – Esse foi um péssimo conselho, desculpa.
Awkwafina – tudo bem.
TC – Mike, o Jack (Black) é um cara muito engraçado. Eu queria saber o mais te surpreendeu nele ou a coisa mais engraçada que ele trouxe ao projeto que você nunca vai esquecer.
Mike Mitchell – É, ele é muito emocionado e engraçado, mas o que eu aprendi trabalhando com o Jack Black, e eu acho que isso passa despercebido porque ele é muito engraçado, mas eu acho que as pessoas não reconhecem que ele é um grande ator. Ele faz escolhas e vai cada vez mais fundo nesse personagem, mesmo sendo apenas o Kung Fu Panda. Ele realmente está se dedicando e achando opções e tomando decisões. E, mais uma vez, eu acho que ele é um artista completo. E eu acho que as pessoas não percebem isso por causa de uma perspectiva de comédia. A mesma coisa passou pela minha cabeça anos atrás quando eu trabalhei com Eddie Murphy e foi a mesma sensação. “Esse cara está indo fundo no personagem e é crível. eu acredito nele”. E acho que essa foi uma das coisas mais interessantes de se descobrir.
TC – Jack, como foi para você revisitar o Po e cantar Hit Me Baby one More Time? Como foi pra você fazer esse cover, que você fez muito bem, e você pediu pra Britney se você podia cantar?
Jack Black – Primeiro que é muito bom poder voltar para Kung Fu panda e com o Po, que é o papel da minha vida. E é maravilhoso trabalhar com a Awkwafina, a nova personagem do filme, Zhen a Raposa. Ela rouba a cena. E a ideia (de cantar Britney Spears) veio na verdade do diretor, Mike Mitchell. Ele disse “Ei, você vai fazer um cover do Tenacious D pros créditos finais”. Ele é um grande fã da minha banda e eu fiquei tipo “claro, faço sim”. E ele tinha algumas ideias, mas eu preciso dar os créditos para minha agente, Sharon Jackson, que disse “você deveria cantar Britney Spears”. E eu achei uma grande ideia, então eu perguntei pro Mike se poderíamos cantar Britney e ele disse “sim! Cante Hit Me Baby One More Time”.
Awkwafina– E você destruiu! As pessoas estavam gritando no final da gravação. É um cover muito bom. É épico!
Jack Black – Nós ficamos muito felizes com o resultado. E eu mandei um e-mail para a Britney, falando que eu sou um grande fã, que nós amamos a música e ficamos orgulhosos e esperamos que ela goste. Eu convidei ela para a premiere, mas não tive resposta dela, mas tive do agente, que contou que ela leu o e-mail e agradeceu.
Mike Mitchell – Só do fato de eu poder trabalhar em qualquer nível com a banda do Jack, Tenacious D, do Jack e Kyle, é sensacional. Como foi engraçado ter esses caras que tocam muito e são muito divertidos, cantarem uma música da Britney Spears. E eu me comprometi a essa música ter a ver de alguma maneira com Kung Fu, sobre apanhar ou levar um soco. Mas além disso, nós mandamos a música para o Hans Zimmer, enquanto Jack e Kyle estavam gravando, mandamos ela pra Londres e ele tinha uma orquestra de 80 integrantes lá e foi lindo. Se você assistir o filme de novo, presta atenção, tem violinos tocando o tema do Kung Fu Panda no fundo. A primeira vez que eu e o editor escutamos, deu até arrepio. Mesmo sendo uma música bobinha, é muito doido ter esse elemento adicionado a ela. É muito especial.
TC – Temos uma cena de perseguição onde o Po e Zhen estão fugindo da polícia e nós escutamos uma versão de Crazy Train, do Ozzy Osbourne. E é toda feita com instrumentos chineses, típicos de filmes de Kung Fu. Foi ideia sua, do Hans Zimmer dando um toque ou do Jack Black? Combinou tanto com a cena. Você dirigiu essa cena já pensando na trilha ou a música surgiu depois de a cena estar pronta?
Mike Mitchell – Não, nós desenvolvemos a cena assim que surgiu essa trilha na edição. E o motivo de termos feito essa trilha, não foi especificamente por causa do Jack Black, mas tem algo que ele traz consigo que é uma espécie de impressão digital nessa franquia. É uma atitude meio Rock n’ Roll que ele tem e eu acho que, de alguma maneira, sem ele jamais ter mencionado uma música do Ozzy Osbourne, isso veio dele. E nós ficamos muito animados quando o Hans Zimmer se envolveu. Ele trouxe todo esse instrumental chinês verdadeiro. Foi um dos melhores dias que tivemos durante a gravação da trilha para o filme. Tinha um flautista chines fantástico com todos os tipos de flauta que ele tocava e era muito engraçado ouvir Crazy Train do Ozzy Osbourne tocada em instrumentos chineses autênticos, alguns bem antigos inclusive, e nós nos divertimos muito. E, mais uma vez, eu acho que isso vem de simplesmente trabalhar com o Jack e ele ter essa pegada Rock n’ Roll com ele. Na verdade mais uma pegada de Metal que ele traz e que acaba se entranhado no DNA dos nossos filmes.
TC – Em todo filme do Kung Fu Panda vocês trazem ainda mais famosos para o elenco. Seja como vilão ou como Zhen, que é uma colega. Como foi pra vocês ter trabalhado com a Viola Davis, que é uma atriz incrível e se torna uma vilã icônica como Camaleoa?
Awkwafina – Ela mandou muito!
Jack Black – Ela é demais!
Awkwafina – Eu acho que ela teve uma atuação fantástica.
Jack Black – Dá pra ver que ela realmente curtiu abraçar a maldade. E a maneira como foi revelado que ela te encontrou (Awkwafina) quando você era criança e você se tornou aprendiz dela. Aí ela te ensinou as 3 regras..
Awkwafina – Olha o Spoiler!
Jack Black – Foi muito sombrio.
Awkwafina – Muito sombrio! Ela mandou demais.
Jack Black – E é necessário uma grande atriz e uma grande atuação para poder fazer essa personagem. Porque ela tem os poderes de todos os vilões dos filmes anteriores e ela tinha mais do que esse poder. Ela conseguiu trazer isso e muito mais na tela. Você viu AIR: A História Por Trás do Logo? ela como mãe do Michal Jordan estava incrível!
Awkwafina – Muito boa!
TC – Os últimos filmes foram bem recebidos na China e elogiados pela autenticidade dos detalhes culturais. Você falou do Hans Zimmer usando instrumentos autênticos chineses. Você pode nos falar de outras decisões que vocês tomaram para que esses detalhes continuem autênticos?
Mike Mitchell – Isso sempre esteve presente no design. O nosso designer de produção, Paul Duncan incorporou o Taotie que é um design ancestral da China e isso foi algo novo que colocamos no decorrer do filme. Mas além disso, nós tivemos mais artistas chineses no elenco do que nos filmes anteriores. Desde Lori Tan Chinn, que faz a velinha no bar. Ronny Chieng que faz o peixe que é capitão de um barco e mora dentro da boca de um pelicano e também nos figurinos e design, mas com os movimentos Kung Fu, nós contratamos dublês reais para fazer os movimentos para a gente. Po ganhou o cajado da sabedoria do mestre Oogway no filme anterior e nós queríamos ter certeza que os movimentos estavam corretos, então os dublês fizeram várias técnicas de luta e coreografias que utilizavam o cajado. E é engraçado que, a mulher que fazia as coreografias de luta da Zhen, usava uma cauda de raposa enorme pendurada na calça para os animadores observarem o movimento e nós pegamos essas gravações e demos aos animadores e eles praticamente removeram toda a gravidade e nivelaram ainda mais . Então acho que isso ajudou bastante com a nossa narrativa e com os visuais.
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