Não Fale o Mal: Tenso e perturbador, mas previsível | Crítica

Não Fale o Mal: Tenso e perturbador, mas previsível | Crítica

Não Fale o Mal chega aos cinemas brasileiros no dia 12 de setembro de 2024, trazendo uma nova versão do elogiado thriller psicológico dinamarquês Speak No Evil, dirigido por Christian Tafdrup. Agora, sob a direção de James Watkins, acompanhamos uma família americana que, após fazer amizade com um casal britânico durante as férias na Europa, é convidada para um final de semana em sua casa de campo. O que parecia ser uma escapada tranquila logo se transforma em um pesadelo, à medida que os anfitriões revelam comportamentos cada vez mais estranhos e perturbadores.

O filme explora a linha tênue entre o familiar e o ameaçador, mantendo o público tenso enquanto Ben (Scoot McNairy) e Louise Dalton (Mackenzie Davis) lutam para escapar do controle doentio de Paddy (James McAvoy) e Ciara (Aisling Franciosi). A trama nos conduz por um caminho cheio de terror psicológico e violência, em que a incerteza e a desconfiança aumentam a cada cena.

Não Fale o Mal

Vale a pena?

Embora o remake não alcance a ousadia do filme original, ele funciona muito bem por si só. Watkins consegue capturar a essência da história, mas opta por um caminho mais seguro, o que deixa o filme um pouco mais previsível. Ainda assim, ele sabe como construir a tensão, especialmente nos momentos de silêncio e nos enquadramentos claustrofóbicos. O uso mínimo de trilha sonora intensifica o desconforto e coloca o público diretamente dentro do pesadelo vivido pelos personagens.

Por outro lado, nem tudo são acertos. Diversas situações parecem pouco prováveis, e em alguns momentos, o filme se apoia em clichês do gênero. Certas atitudes dos personagens são difíceis de acreditar, o que pode tirar um pouco da imersão. Além disso, há situações que soam genéricas, algo que o original evitava com mais habilidade.

Mas nem só de tensão vive Não Fale o Mal. Surpreendentemente, o filme também oferece alguns momentos que podem arrancar risadas do público, aliviando o clima de opressão e tornando a experiência mais divertida em certos trechos, sem perder o tom sombrio.

O ponto alto do filme está nas atuações. James McAvoy, no papel de Paddy, é magnético e perturbador, elevando a tensão em cada cena. Ele consegue transitar de um anfitrião charmoso a um psicopata aterrorizante com muita habilidade. Embora sua performance seja excelente, ainda não supera o nível de complexidade que ele mostrou em Fragmentado. Já Mackenzie Davis brilha ao lado dele, com uma atuação que deixa uma marca forte até depois que os créditos sobem.

Por fim, o remake mantém a essência do original, com um horror tenso e claustrofóbico, mas perde parte da sua ousadia no desfecho, que foi claramente suavizado para o público ocidental. Apesar de uma conclusão mais convencional, para quem não assistiu ao dinamarquês, essa nova versão ainda oferece uma experiência intensa, cheia de suspense e com boas doses de desconforto – o suficiente para valer a ida ao cinema.

Avaliação: 3 de 5.

Ficha Técnica

Título Original:  Speak No Evil
Direção:  James Watkins
Duração: 1h 50min
Gênero: Terror
Ano: 2024
Classificação: 18 Anos

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