Premiado no Festival de Sundance e comprado a preço recorde pela Apple Tv, chega aos cinemas o longa “No Ritmo do Coração” (CODA), uma grata surpresa e com certeza um dos melhores filmes do ano.
Primeiramente, um filme que aborda temas como importante como inclusão e capacitismo, tendo como alvo a surdez e usando a música como seu principal mensageiro, é uma missão extremamente complicada. Contudo, a diretora Sian Heder completou essa tarefa com muito louvor. “No ritmo do coração” (CODA) foi a grata supresa que eu tive esse ano em relação a filmes, por ser um dos que eu menos esperava e mais me agradou.
Sendo assim, devo citar e enaltecer casa motivo que me impressionou Messi longa e desde já, deixo um desafio : dúvido você assistir esse filme sem derramar uma lágrima se quer.
Entretanto, vamos ao que interessa. A narrativa acompanha a vida da Ruby ( Emilia Jones), única membra ouvinte de uma família que conta com seu pai, mãe e irmão surdos. Ler isso pode te causar o pensamento de que o longa deve estar totalmente estereotipado ou infantilizado, porém é totalmente o contrário.
De fato, o maior acerto desse longa é ter os personagens surdos, sendo interpretados pelos atores que são surdos na vida real. Só de não precisar apelar para uma estreia Hollywoodiana pra chamar atenção nesses papéis, já é um êxito enorme.
Ao passo que vamos acompanhando a vida da Ruby e sua família, vemos o problema constante na vida das pessoas que tem e não tem audição e tem que conviver entre si, na mesma casa.
Ou seja, isso possibilita enxergar de um prisma muito interessante como a pessoa ouvinte da família se sente e o que ela tem que enfrentar, assim como as pessoas que não tem audição.
Todo o arco da Ruby gira em torno da dificuldade que ela sente em se enturmar no ensino médio, visto que ela sofre bullying por causa de sua família. Ainda assim, ela sente um peso enorme na suas costas, pois se sente o único elo de ligação entre sua família e o mundo ouvinte. Além disso, a garota auxilia o pai e o irmão no negócio da família, que é a pesca; em meio a tudo isso ainda há espaço para a descoberta de uma paixão: a música.
Assim como, também é interessante ver a ótica narrativa do primogênito, o Leo ( Daniel Durante) que se sente impotente por não conseguir exercer a função de cuidar da casa, família. Já que ele é o filho mais velho, porém se sente uma criança, já que a opinião e as atitudes da Ruby acabam por ter mais peso na família, por ela ser quase que uma intérprete em tempo integral deles.
Some isso a uma mãe super protetora com a Ruby e que se sente excluída do mundo ouvinte, já que as únicas mulheres que ela não conhece, não sabem a língua de sinais; e adicione também um pai brincalhão porém cansado das pessoas, por já viver tudo de ruim que a falta de inclusão pode causar a uma pessoa surda e temos uma construção muito interessante.
Na realidade, a construção tem que ser exaltada, aqui é tudo muito bem pautado,dirigido e estruturado. Você acaba por ser sentir inserido nos dois mundos, pelo fato de que a diretora trabalha com o silêncio de uma forma muito efetiva.
Diante isso, felicito também a construção dos diálogos, que a todo momento abrem espaço para a reflexão dos personagens e do espectadores. Assim como também é notável a qualidade da entrega na atuação de toda a família Rossi. A Ruby está impecável, o Leo consegue entregar toda a carga dramática que o papel precisa e isso eleva o nível da trama de jeito exponencial.
Do mesmo modo, o pai que por muitas vezes serve como alívio cômico, é extremamente pontual. Além de ter a capacidade do contraponto, pois ele vai dá comédia para o drama de zero a cem muiito rápido.
Destaco também o papel do professor Villalobos ( Eugênio Derbez), rígido e grosseiros, porém cativante e amável. Se dedicou a trazer a Ruby pro mundo da música e fazer ela perceber que ela é filha e irmã, não mãe dos seus parentes.
Tudo isso que eu citei anteriormente possibilitou cenas incríveis, como a da apresentação, do teste para a universidade e a cantoria na pickup; cenas encantadoras em um filme que cativa e envolve do início ao fim.
Ademais, ressalto o quão assertivo foi a narrativa como um todo, passando pela cultura dos pescadores e seu trabalho desvalorizado; o dilema da Ruby reprimindo seus sentimentos e tentando conquistar seu sonho sem prejudicar se trabalho na família. E por fim, cada membro da família com sua luta interna pra aceitar que Ruby seguisse seu caminho, e que perceberam que eles mesmos se prendiam a ela de uma forma muito dependente. Um grande aprendizado para todos, em tela e na platéia.
NOTA
Ficha técnica
Título: No Ritmo do Coração (CODA)
Diretor: Siân Heder
Roteiro: Siân Heder
Elenco: Emilia Jones, Marlee Matlin, Eugenio Derbez
Gênero: Drama
Ano de produção: 2021
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