‘O Menino de Asakusa’ – Uma história de ascensão

‘O Menino de Asakusa’ – Uma história de ascensão

Para nós aqui no Brasil o nome Takeshi Kitano não significa absolutamente nada, afinal não costumamos consumir humor japonês. Contudo para os japoneses esse nome é reconhecido em qualquer esquina. Beat Takeshi era um comediante que fazia de tudo, desde a pintura até mesmo como diretor. O filme sobre a vida desse astro estreou recentemente (09) na Netflix o filme O Menino de Asakusa (Asakusa Kid), que narra a história de Kitano ainda como um simples aprendiz do comediante Senzaburo Fukami.

A produção japonesa conta a história real de Takeshi Kitano. Desde o início ainda como atendente de um teatro em Asakusa, chamado “France-za”, onde ele conhece seu ‘mestre’ até seu fim de vida. O jovem passa, então, por várias dificuldades, principalmente para criar alguma aptidão par arte, visto que ele não tinha nenhuma, mas sonhava em ser um artista.

Em plena Tóquio dos anos 60/70; Senzaburo Fukami vê em Takeshi, um grande futuro e o ensina seu primeiro talento: o sapateado. Até então, ele era somente um atendente, mas a partir disso, ele foi crescendo. O mestre do protagonista sempre deixava claro a necessidade de ser bem-humorado até fora dos palcos. Afinal, é disso que um comediante precisa. Essa “dica dde Fukami é reforçada a todo momento,a até mesmo em situações simples, como no bar ou em diálogos convencionais.

Ascensão ‘Two Beats’

Uma hora toda flor desabrocha e exala aquele perfume. Com Kitano não seria diferente, decidido a largar o teatro e produzir “Manzai” (uma forma de humor baseada em uma conversa cômica, geralmente aleatória e sem roteiro bem elaborado). Contudo, esse estilo é odiado por seu mestre, afinal não havia glamour nesse tipo de humor, muito menos “arte”.

Mesmo com tudo contra ele, Kitano era seguir seu “sonho” e revolucionar o gênero, colocando uma mistura de Jazz na suas apresentações. Então; da batida e do ritmo da música em uma conversa bem-humorada, em vez de “8 beats” nasce o “2 beats”

Parte técnica que prende

O Menino de Asakusa é baseado em uma história real. Contudo isso não é suficiente para prender alguém por duas horas. Por conta disso, toda produção é importante para abraçar a gente nessa grande película. Como a gente nota no filme, o longa se passa em um teatro mal acabado e a forma de filmagem deixa clara isso através do “Plano Geral“. Roupa suja, muita gente no mesmo ambiente, lixo, paisagem mal acabada, tudo isso é mostrado, para imergir o telespectador em um ambiente.

Além disso, tem o bom uso do “Primeiro Plano“, principalmente quando os personagens estão conversando. As expressões são bem mostradas. Principalmente quando é algo tenso, como uma cena no terraço, mas ocorre entre várias vezes e isso realmente chama atenção para as emoções.

Além disso, a forma de montagem do filme O Menino de Asakusa é bem inusitada, lembrando até mesmo o clássico Memento; do consagrado Nolan. A película começa pelo final, com o protagonista já velho, passeia pelo meio da carreira artística de Kitano de forma catastrófica e sofrida. Em seguida, mostra o seu início, quando não tinha talento algum, e, por conseguinte seu auge, retornando no fim para a sua velhice.

Por fim, O Menino de Asakusa é uma produção que te leva a conhecer um tipo de humor diferente. Uma cultura teatral que até então não é tão “MainStream”. Além disso; conhecemos um pouco da biografia de um grande artista.

Trailer de O Menino de Asakusa, da Netflix

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