Crítica | O Último Vagão (Netflix)

O Último Vagão estreou no catálogo da Netflix a alguns dias. A princípio, o longa mexicano pode parecer mais uma drama morno, e raso da Netflix, porém, a história contada no longa, e a capacidade de seu elenco, consuguem entregar um bom filme, emocionante em alguns momentos, e enfim, um bom filme original da Netflix.

Em O Último Vagão, a trama gira em torno de um garoto chamado Ikal, que embarca em uma jornada de aprendizado e crescimento junto com seus amigos em uma cidade rural, tendo uma professora dedicado como figura central.

Vale a pena?

O Último Vagão, a princípio, não contém nada de grandioso ou invoador em sua história. O roterio, para alguns, pode soar piegas e simples em alguns pontos, e por certos momentos ele realmente é, principalente seu plot final, que fica muito aparente. Porém, o filme conquista mesmo a simpatia, pela química do elenco. Os jovens atores roubam a trama, e sustentam a história do começo ao fim. A relação entre Ikal e seus amigos, sua amizade com a professora, e sua relação familiar, são naturalmente construídas, e é bonito de ver o controle da história que o diretor mostra.

Por falar em direção, Ernesto Contreras, que tem sua carreira muito atrelada a curtas-metragens, mas sempre que se aventura no cinema, traz histórias de desafios e emoções. E aqui, mais uma vez ele mostra uma boa competência, em alinhar a camêra em determinados momentos da trama, para criar alusões, em referência aos sonhos das crianças. Porém, o maior ponto do filme, é sua crítica a governanças que pouco ou quase nada, fazem pela educação. Onde o governo, ao invés de investir e ampliar o ensino, fecha os olhos e extingue escolas, sem ao menos entender a logística das regiões. Além de, falar sobre o pertencimento de uma forma muito terna, e delicada.

O Último Vagão é um alívio no catálogo da Netflix no que se refere a qualidade. Todavia, é incrível que plataforma esquece de divulgar os bons filmes que ela produz.