Pense num filme que vem com uma tonelada de boas ideias até, mas que não as desenvolve muito bem, este é O Vilarejo, que acaba de chegar a Netflix. A principio, o thriller japonês do diretor Michihito Fujii, se apresenta como um longa que explora problemas geracionais no japão, além de tentar explicar a mente e a alma do protagonista, por meio do teatro Noh.
O Noh é uma forma clássica de teatro profissional japonês que combina canto, música e poesia. Executado desde o século XIV, é uma das formas mais importantes do drama musical clássico japonês. E é com essa analogia que o filme conta sua história.
O longa se passa na bela e remota cidade de Kamonmura, onde o jovem Yu Katayama (Ryûsei Yokohama) mora desde que nasceu – mas não por vontade própria: por conta de um incidente infortuno em seu passado, ele não pode deixar o local. Yu se vê forçado a trabalhar em um aterro sanitário para pagar as dívidas de sua mãe e, com isso, precisa abandonar seus próprios sonhos e ambições. Apesar disso, Yu sonha em se livrar desse destino, e quando Misaki Nakai (Haru Kuroki), uma velha amiga de infância, reaparece na cidade, essa vontade se incendeia ainda mais.
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Michihito Fujii
O diretor do longa, vem acumulando uma lista bem agradável de filmes nos últimos anos. Inclusive, ele recebeu muitos elogios por Familia Yakuza (2020), filme pelo qual ele apareceu nos radares de muitos amantes do cinema. Facilmente é um dos melhores filmes sobre a Yakuza já feitos, fica a recomendação.
Vale a pena?
Agora falando sobre O Vilarejo, neste filme é difícil não resistir a dar uma pausa, e ir fazer qualquer outra coisa. O modo lento de Fujii para desenvolver sua história é até válido, porém, ele perde a mão ao não colocar elementos que justifiquem esse ritmo ultra lento do longa. Por diversos momentos, nos perguntamos se o longa realmente quer contar uma história de thriller válida, e tocante, pois essa ideia se torna cansativa e até enfadonha em vários momentos.
A ideia aqui é falar sobre a perda das tradições, o despovoamente, numa espécie de luta contra a contemporâniedade. Aqui ainda é curioso, exatamente falando desta ideia de embate, ver um filme numa ”tacada só”, sem pausas, e em minha visão é o melhor e mais respeitoso a ser feito. Porém, em O Vilarejo isso foi difícil, o filme perde sua objetividade na primeira meia-hora. Assim sendo, todo o ambiente sombrio, frio, e cru do início, logo se apaga.
A falta de um andamento mais coeso em contar a história, deixa a história do filme no buraco. Além disso, toda a alegoria metafórica criada em torno do Noh, logo se acaba, e por muitas vezes até parece deslocado. É uma pena, pois a princípio, O Vilarejo tinha muita ambição, e fez a Netflix olhar pra isso, porém, a lentidão e a falta de coerência acaba por sepultar o interesse no filme.
Trailer do filme
Ficha Técnica
Direção: Michihito Fujii
Roteiro: Michihito Fujii
Duração: 120 minutos
País: Japão
Gênero: Drama, suspense, thriller
Ano: 2023
Classificação: 16 anos
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