Como se Tornar o Pior Aluno da Escola, Porta dos Fundos…o que esses programas tem em comum? Censuras. E esse é o tema desse texto.
Atenção, caro Padawan! As opiniões expressas nesse texto refletem o ponto de vista do autor e não representam o posicionamento da equipe Team Comics como um todo.
Muito se fala de cancelamento nas mídias sociais atualmente; o que seria uma forma de boicotar um comportamento, comentário que pega mal de uma pessoa pública, acabou por se tornar algo fútil. O famoso tribunal da internet se sente no direito de mandar e desmandar no que julgar necessário. Há algo que me incomoda; é quando isso extrapola e esses juízes acabam indo para cima de produções cinematográficas devido a quem produz a obra; uma cena tirada de contexto ou simplesmente porque desagrada uma opinião política ou um grupo específico, por exemplo.
Há inúmeros casos recentes que mostram que ir contra certos grupos é morte súbita para o filme/série em questão; o problema é que na maioria das vezes essas produções fazem críticas (com razão) a algo; ou então uma simples piada e entra na mira dos juízes da internet. Mas calma, esses julgadores nem sempre estão ligando para a “moral e bons costumes”; na maioria das vezes; esse cancelamento parte de alguma figura que usa o produto para se promover e se tornar o detentor da verdade. Desse modo, como já é de praxe, especialmente no Brasil, esse comportamento inadequado vem de entidades religiosas, políticos e afins. Sendo assim, esses utilizam para devidos fins, como ficar famoso na internet ou se propagar visando campanhas eleitorais.
Relembrar é viver…
Há algum tempo, o canal Porta dos Fundos lançou um especial de natal intitulado: “Especial de Natal Porta dos Fundos: a Primeira Tentação de Cristo“; nessa produção, eles retratam um Jesus gay, que cai em tentação e se relaciona com o jovem Orlando; além disso, mostra um Deus mentiroso que vive um triângulo amoroso com Maria e José. Desse modo; o especial foi alvo dos conservadores brasileiros e imediatamente abriram um abaixo-assinado para tirá-lo do ar. Apesar das inúmeras tentativas de censuras e multas contra o canal e a Netflix; o juiz do caso lembrou que tirar um produto artístico do ar é um flagrante de caso de censura e felizmente manteve a atração no ar.
Do mesmo modo, a polêmica continuou; três homens que se identificaram como “Comando de Insurgência Popular Nacionalista, da Família Integralista Brasileira” atacaram a sede do Porta dos Fundos com dois coquetéis molotov; felizmente, não houve feridos. Os questionamentos que ficam são: Se fosse sobre outra religião teria esse mesmo burburinho? É tão ofensivo pensar na sexualidade de uma figura histórica? Reflitam.
A polêmica da vez
A princípio, nos últimos dias, o filme “Como se Tornar o Pior Aluno da Escola” do Danilo Gentili chegou a Netflix sem muito alarde e sem hype. Contudo, o filme caiu na mira dos juízes da internet devido a uma cena tirada de contexto do longa. Na cena em questão, um vilão interpretado por Fábio Porchat assedia sexualmente dois alunos; só isso foi o bastante para inflar o ódio de adeptos dos “moralistas”, que acusaram o filme de apologia a pedofilia; coincidentemente, em ano de eleição. Por exemplo, em 2017, ano de lançamento do filme, um pastor e deputado postou em suas redes ao assistir o longa: “Parabéns Danilo Gentili – há tempos não ria tanto”, esse ano, após a polêmica, ele apagou o comentário e alegou ter ido atender um telefonema e acabou perdendo a cena; curioso não?
Ao que parece, no Brasil, não importa o que você diga, e sim quem diz. E como o Gentili já é o inimigo nº 1 de grupos políticos, isso fica fácil. Apesar de tudo, isso virou foi uma propaganda e o filme ficou entre os mais assistidos da plataforma, um sucesso. Em síntese, nem só produções brasileiras sofrem desse mal, a animação Cuphead também foi vítima desse julgamento pois na série mostra um dos protagonistas perdendo a sua alma para o diabo, só aí vocês já devem imaginar o tamanho da treta, entre muitos outros casos…
Desse modo, nenhum tipo de arte deveria ser censurada; músicas, cinema, teatro, pintura. Absolutamente nenhuma. São através dessas coisas que podemos nos expressar, manifestar e protestar contra algo. É algo incabível na atual sociedade. Opiniões do colaborador @yannsantanaa.
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