Órbita de Inverno: um sci-fi para iniciantes? – Resenha

Órbita de Inverno: um sci-fi para iniciantes? – Resenha

A Ficção Científica é, de fato, um gênero vasto. Cheio de subgêneros (e subsubgêneros) e com uma diversidade de estilos que ultrapassam as camadas literárias e/ou audiovisuais. Certamente, a ficção científica abarca um grande público, desde os queridinhos como Star Wars e Star Trek, a exemplo, até a Fundação de Asimov. E o que estas obras têm em comum? Todas são de um subgênero específico do Sci-Fi: a Space Opera.

A Space Opera é caracterizada por adereços bélicos e até políticos como guerras inteplanetárias, elementos cavalheirescos, mas com um elemento chave: o espaço. Frotas de naves espaciais, a diplomacia e a batalha… Isso pode te lembrar obras grandiosas como a de Frank Herbert, Duna, que ganhou uma adaptação recetemente, ou a supracitada Fundação. Inclusive, o subgênero é considerado um dos precussores da Ficção Científica (de tão importante que ele é).

Okay, mas o que isso tem a ver com Órbita de Inverno (o livro que será resenhado hoje)? Bom, acho que, a essa altura, vocês já perceberam que se trata de uma Ficção Científica e, mais especificamente, uma Space Opera.

Por Dentro da Obra

orbita de inverno livro

Antes de tudo, Órbita de Inverno é uma ficção científica escrita por Everina Maxwell e foi lançada pela Editora Suma no Brasil em 2022. A história acompanha a perspectiva do Príncipe Kiem, que tem que se casar com o conde Jainan, após a morte de seu marido, para garantir a união de todo o Império. No meio disso tudo, eles vão investigar o que levou a morte do esposo de Jainan e as várias tramas que tentam afundar o Império.

A Sinopse

Príncipe Kiem, neto da Imperadora de Iskat, é um jovem que nunca precisou provar seu valor. Agora, no entanto, ele é intimado a fazer algo de útil: casar-se com conde Jainan, representante de Thea, para impedir que o planeta vassalo inicie uma rebelião contra o Império.

A situação, porém, não é tão simples quanto parece. Jainan já havia se casado antes, com o primo de Kiem, o que garantiu por um tempo o elo entre Thea e Iskat, mas algo deu errado: seu marido morreu em um trágico acidente.

Kiem não quer se casar. Jainan não quer um novo marido. Mas, uma vez juntos, eles terão de enfrentar as intrigas da corte, as maquinações da guerra e os ecos do passado, em uma conspiração que pode acabar com tudo o que acreditam. O par improvável entrará em uma jornada épica para salvar o império ― e a si mesmos.

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Vale a pena?

Lendo várias resenhas por aí, o leitor de Órbita de Inverno é levado a crer que a obra tem um excesso de tramas políticas. Bem, eu diria o contrário. O que quero dizer não é que o livro tenha pouca política, mas sim que falta um roteiro político bem desenvolvido.

Não me entenda mal, o livro não é ruim, tampouco mal feito. Órbita de Inverno tem sim seus pontos positivos. Everina Maxwell tem uma escrita muito gostosa, ela sabe como desenvolver os personagens e tenta trazer algumas reviravoltas para a trama. Além de, claro, a representatividade étnica e lgbtq+, que é vasta no livro. Todos estes são pontos interessantes que são retratados no livro de forma maravilhosa.

Porém, não há como negar que a autora muitas vezes peca em seu pano de fundo político. Ela constrói tramas e subtramas que não são muito bem aproveitadas. Além de fazer uma ambientação estranha, o que torna a obra, por vezes, confusa. A sensação é de que ela esta tentando trabalhar muitas coisas ao mesmo tempo – o que não daria para fazer com bom detalhamento em um livro tão curto.

Enfim, acredito que Órbita de Inverno seja uma ótima pedida para quem está iniciando em ficção científica, mas que talvez não seja tão bem vista por quem já lê o gênero a mais tempo. A obra ganha pontos por toda a diversidade e responsabilidade com que trata toda a temática, mas apresenta alguns defeitos que podem não deixar o leitor muito entusiasmado.

Ficha Técnica

Nome: Órbita de Inverno/ Winter’s Orbit

Autoria: Everina Maxwell

Idioma: Português

Nº de páginas: 360

Nota

Avaliação: 3 de 5.

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