Os Sete Maridos de Evelyn Hugo é um sucesso estrondoso no Brasil, não há como negar. O livro fez o nome de Taylor Jenkins Reid dentro do cenário literário nacional, consagrando-se no gênero literatura pop. Evelyn Hugo conquistou tanto o público que, mesmo depois de dois anos de seu lançamento, ele não sai da boca dos leitores (nem das listas literárias). Mas o que faz o livro ter tanto sucesso? Conheça mais sobre ele em nossa resenha crítica.
Sinopse
“Lendária estrela de Hollywood, Evelyn Hugo sempre esteve sob os holofotes ― seja estrelando uma produção vencedora do Oscar, protagonizando algum escândalo ou aparecendo com um novo marido… pela sétima vez. Agora, prestes a completar oitenta anos e reclusa em seu apartamento no Upper East Side, a famigerada atriz decide contar a própria história ― ou sua “verdadeira história” ―, mas com uma condição: que Monique Grant, jornalista iniciante e até então desconhecida, seja a entrevistadora. Ao embarcar nessa misteriosa empreitada, a jovem repórter começa a se dar conta de que nada é por acaso ― e que suas trajetórias podem estar profunda e irreversivelmente conectadas.”
Da História
Evelyn Hugo é uma estrela Hollywoodiana que se envolveu em várias polêmicas durante sua vida. A principal delas? Ter se casado sete vezes. Além disso, Evelyn estrelou em filmes aclamados e produções também polêmicas. Criou amizades e inimizades. Quem nunca escutou sobre o vestido verde que Evelyn usou no Oscar?
Aos oitenta anos, Evelyn Hugo resolve dar uma entrevista sobre toda a sua vida, uma biografia para ser lançada após a sua morte. Mas ela tinha uma condição: apenas Monique Grant poderia escrevê-la. Evelyn chega a dizer que se ela não quisesse escrever, sua história (a verdadeira) ficaria perdida, porque não seria contada a mais ninguém. Aliás, esse é um dos grandes mistérios que se sustenta durante o livro: qual a ligação de Evelyn com Monique? Por que Monique Grant é especial?
Vale a pena?
Primeiramente, eu quero dizer que é muito difícil dar uma nota para esse livro. Quando terminei de lê-lo, dei 3,5 estrelas, depois desisti e dei 4 estrelas. É uma confusão de sentimentos, não dá para dividir a sensação que a leitura proporciona das críticas que existem sobre ela. Não me entenda mal, a escrita de Taylor é excepcional. Tanto que ela ficou famosa com essa coisa de literatura pop. O livro é feito para ser gostado, mesmo que você não exatamente o ame.
Quero deixar claro que não posso fazer essa crítica sem dar pequenos spoilers. Principalmente por que o que fundamenta esse texto são os temas usados pela autora dentro da história.
Sendo mais direta: o livro é bom, mas não merece o hype. Reid escreve muito bem, a leitura é muito boa, gostosa e traz aquele quê de mistério que te faz lê-lo em uma só sentada. E acho que por ser uma leitura rápida, todo mundo passa a colocar uma expectativa a mais sobre ela. Porém, apesar de ser uma boa leitura, Taylor Jenkins Reid brinca com temas que não quer desenvolver.
É muito claro que a autora quer trabalhar diversos temas sociais durante a narrativa (identidade, relacionamentos abusivos, a relação abusiva entre Hollywood e os atores, preconceito em geral). Ela abusa tanto desses temas que não há espaço para desenvolvê-los, principalmente sendo esse um livro de 360 páginas. Taylor deixa coisas sérias de lado, acaba banalizando outras. E tudo isso em função de chamar a atenção do leitor. Mas trabalhar assuntos sociais (sobre violência de gênero e sexualidade, por exemplo) pede uma responsabilidade maior do autor para com a narrativa.
Olha o Spoiler
Não há alma alguma nesse mundo que prove a necessidade de uma cena de sexo dentro de um filme entre um abusador e sua vítima. É imperdoável e cruel. A história brinca com bifobia, a exemplo, como se não fosse nada. Celia St. James é a maior bifóbica do livro, e todo mundo passa um grande pano para ela por ter um relacionamento com a Evelyn. Celia não passa de outro relacionamento merda da Evelyn. De alguém que não a respeita, que quer ter a atriz dos filmes, mas não a real. Não esqueço quando Hugo nota que Celia queria o produto midiático, não a mulher, a mãe.
Taylor fala também fala sobre identidade racial e suicídio como assuntos surpérfluos. Mal trabalhados. Esses temas não tem a devida atenção que merecem.
Além disso, a autora tem um problema em relação a desenvolvimento dos personagens. Evelyn é realmente uma personagem complexa muito bem feita, que não faz questão de parecer boa (porque ela não é), mas o resto não tem função nenhuma dentro da construção da história. Monique só foi colocada ali pelo plot twist, mas além disso personagem é tão necessária para a história quanto um figurante em um filme de romance.
Contudo, você deve estar se perguntando por que dei quatro estrelas para esse livro. A verdade é que a narrativa é realmente boa, te deixa curioso ao ponto de não querer parar de ler. E Evelyn Hugo é a personagem mais interessante dessa história. É ela que te faz ir até o final. Evelyn uma vez disse que usa sua sensualidade para conquistar as pessoas, e ela conquista o leitor também. Evelyn Hugo é uma conquistadora nata, e você não vai ficar de fora dessa lista.
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Nota
Sobre a Autora
TAYLOR JENKINS REID é autora de Os sete maridos de Evelyn Hugo, Daisy Jones & The Six, Amor(es) Verdadeiro(s), Depois do sim, Em outra vida, talvez?, e Forever, Interrupted. Os dois primeiros livros da lista tiveram seus direitos de adaptação para TV e cinema adquiridos.
Ela mora em Los Angeles com o marido, a filha e um cachorro, mas pode ser facilmente encontrada em seu Instagram @tjenkinsreid
Ficha Técnica
Título: Os Sete Maridos de Evelyn Hugo
Editora: Paralela
Idioma: Português
Nº de páginas: 360 páginas
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