Rebel Moon: Parte 1 e 2 – Snyder em sua máxima potência

Rebel Moon: Parte 1 e 2 – Snyder em sua máxima potência

Rebel Moon é um longa de 2 partes de ficção científica dirigido e escrito por Zack Snyder e produzido pelo Netflix. O nosso querido Zequinha falava sobre esse projeto há anos, e sempre quis ter oportunidade de torná-lo uma realidade, prometendo que revolucionaria o cinema de fantasia.

Pois bem, Snydeus pediu, a vermelhinha atendeu. Rebel Moon é o dito magnum opus de Zack. Uma história de guerra que se passa em uma realidade cyberpunk e que une elementos de vários sucessos do gênero.

E o diretor teve sinal verde para filmar o longa do jeito que bem entender, sem amarras criativas e com todo o CGI, explosões e câmeras lentas que ele podia sonhar.

Agora a pergunta é: O longa correpondeu às expectativas?

Bom… É melhor irmos por partes

O que é bom?

Que tal assoprarmos um pouco antes das mordidas?

Olhando pelo lado positivo, visualmente falando, Rebel Moon tem um universo interessantíssimo, regado de elementos visuais impactantes, cenários disruptivos e tecnologias surpreendentes.

Fica nítido nesse filme o talento de Zack em construir seu mundos, cenários e ambietações, algo que ele carrega desde os seus primórdios como diretor, em filmes como madrugada dos mortos, 300 e Watchmen.

Rebel Moon é como um belíssimo contorno de uma obra de arte surrealista.

Mas o problema é a forma como o seu artista a colore.

O que é ruim?

Não vou pegar leve: A história desse longa é péssima.

Os personagens são esquecíveis, suas motivações sao rasas ou até inexistentes, os conflitos e dificuldades que eles enfrentam não cativam, a narrativa do filme não surpreende, o clímax não empolga.

Tudo relativo à trama e os elementos narrativos desse longa são horríveis. Eu sinceramente tenho até dó dos atores, que deram seu máximo pra extraírem o máximo de personagens tão vazios quanto estes. Chega a doer ver atores tão brilhantes como Djimon Hounson e Anthony FUCKING Hopkins entregando tudo de si em papéis tão ingratos quanto estes

Basicamente, Snyder esboçou à lápis uma bela aventura galáctica, mas a pintou com giz de cera, glitter e massinha de modelar.

O que é “Snyderiano”?

Este é o ponto de ruptura da crítica. Até agora, eu fui 100% objetivo com minhas opiniões, elogiando o que deve ser elogiado e criticando o que deve ser criticado.

Mas agora, chegamos em um ponto onde a minha lucidez fica um pouco de lado, e dá lugar ao meu emocional.

As cenas de ação e a cinematografia de Rebel Moon.

Zack Snyder é um diretor cujo qual filmes, para mim, sempre foram 8 ou 80.

Uma hora ele nos entrega uma brilhante adaptação de uma das melhores hqs da história em Watchmen, mas na outra ele nos entrega um filme de heist em Las Vegas com slow motion, violência gratuita e gravidez zumbi.

Sua cinematografia também oscila pra mim. Pra cada Shot espetacular do Superman aprendendo a voar, temos um slow motion gratuito de um personagem cortando trigo.

Suas cenas de ação talvez sejam seu elemento menos oscilantes pra mim, todas variando de decentes para incríveis.

E em Rebel Moon, nós temos uma overdose desses elementos. DE TODOS ELES.

Temos o pior e o melhor de Snyder, junto, misturado, batido no liquidificador e despejado neste filme, que por sua fez se tornou uma fusão de Star Wars, Duna e Blade Runner, com uma ambiência incrível, história patética, cinematografia oscilante, trilha sonora simplória e cenas de ação surpreendentemente comuns

Conclusão:

Sinceramente? É frustrante para mim não poder chegar à uma decisão final sobre a cinematografia dessa obra. Eu queria poder dizer se é boa ou não, assim como fiz com a ambientação, a história e a narrativa, mas seu resultado final é tão oscilante e tão ”Snyderiano” que eu não consigo, por mais que eu tente, chegar a um veredito.

Por isso, eu deixo a critério de vocês, se quiserem, assistirem, e tirarem suas próprias conclusões.

Mas estejam alertados:

Rebel Moon é, como eu disse, um belíssimo bolo de chocolate sem recheio e com gosto amargo. Visualemente lindo, e confeccionado com os melhores ingredientes, mas vazio por dentro, e com um sabor decepcionante.

Assim como é na culinária, existirão aqueles que irão ignorar seus defeitos e gostar deste bolo, e aqueles que não vão conseguir comê-lo, apesar de seu belo exterior.

Eu infelizmente sou um destes.

Avaliação: 2 de 5.

Ficha Técnica

Direção: Zack Snyder
Roteiro: Zack Snyder, Kurt Johnstad e Shay Hatten
Duração: 255 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Fantasia e Ficção científica
Ano: 2024

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