Seven – Os Sete Crimes Capitais | Crítica

Seven – Os Sete Crimes Capitais | Crítica

David Fincher é um daqueles diretores cuja obsessão por detalhes beira o insano e Seven é a prova definitiva disso. Um thriller sombrio e meticulosamente construído, o filme não só consolidou Fincher como um dos grandes mestres do cinema moderno, mas também redefiniu o gênero policial de forma brutal e inesquecível.

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A trama segue dois detetives – o jovem impulsivo David Mills (Brad Pitt) e o veterano metódico William Somerset (Morgan Freeman) – enquanto investigam um serial killer que comete assassinatos baseados nos sete pecados capitais. Mas Seven não é apenas um filme sobre uma caçada policial; é uma experiência sensorial, uma descida angustiante por um mundo de decadência moral e desesperança absoluta.

Se tem algo que Fincher domina melhor do que ninguém, é a construção de atmosfera. Cada cena de Seven é carregada de um peso opressivo, como se o próprio filme estivesse sufocado pela escuridão da cidade chuvosa onde a história se passa. O design de som é um espetáculo à parte – e assistir ao filme no cinema só reforça o quanto Fincher entende a importância do que se escuta tanto quanto do que se vê. Cada rangido, cada gotejamento de água, cada silêncio incômodo adiciona camadas ao terror psicológico da trama.

E então chegamos ao elenco. Brad Pitt e Morgan Freeman estão em seus melhores momentos, equilibrando perfeitamente o conflito entre otimismo e cinismo, energia e resignação. Mas é impossível falar de Seven sem mencionar Kevin Spacey cuja atuação como o assassino John Doe é simplesmente perturbadora. Sim, Spacey é uma figura controversa fora das telas, mas sua performance aqui é essencial para que o filme atinja sua potência máxima. A calma assustadora e a precisão cirúrgica de sua interpretação fazem de John Doe um dos vilões mais memoráveis da história do cinema.

O que torna Seven tão devastador não é apenas sua violência gráfica ou sua atmosfera sombria – mas a maneira como Fincher recusa qualquer tipo de conforto narrativo. É um filme que não tem pressa, que arrasta o espectador por uma jornada onde cada pista leva a um destino ainda mais cruel. O roteiro de Andrew Kevin Walker não se preocupa em oferecer esperança; ele constrói um labirinto sem saída, e Fincher o filma com uma precisão fria e meticulosa.

E então, chegamos ao final. O icônico “What’s in the box?” se tornou um dos momentos mais impactantes e chocantes do cinema moderno. É o tipo de cena que gruda na mente e transforma a experiência de ver Seven em algo que vai muito além de um simples thriller.

Vale a Pena?

Rever Seven no cinema, anos depois de sua estreia, reforça o quão atemporal e impecável o filme continua sendo. Se existe um thriller perfeito, este pode ser o mais próximo que chegamos disso. Um filme sobre obsessão e perfeição, tanto dentro da história quanto na execução de Fincher. Um verdadeiro pesadelo visual e narrativo que continua tão hipnotizante quanto em seu lançamento original.

Avaliação: 5 de 5.

Título Original: Se7en
Direção:  David Fincher
Duração: 2h 10min
Gênero: Policial, Drama, Suspense
Ano: 1995
Classificação: 14 anos

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