Crítica | Simonal (Netflix) – Uma cinebiografia morna, para um gigante da música brasileira

Crítica | Simonal (Netflix) – Uma cinebiografia morna, para um gigante da música brasileira

Filme recém-chegado a Netflix, Simonal tem a difícil missão de contar a história de um ícone da nossa música. Com um elenco cheio de nomes conhecidos, e com diversos personagens que fazem parte da história da música brasileira, o longa chegou a plataforma neste mês de fevereiro.

O longa conta a história de Wilson Simonal, lendário cantor brasileiro, que durante os anos 60, foi figura um dos principais nomes da nossa música. O filme aborda o auge, e a queda de Simonal, que foi dolorosa para o cantor. Além do seu envolvimento com nomes da ditadura militar brasileira.

Quem foi Wilson Simonal?

Wilson Simonal nasceu no Rio de Janeiro em 23 de fevereiro de 1938. Começando sua carreira em bailes, Simonal logo seria levado a televisão pelo lendário produtor Carlos Imperial. Simonal, que foi um dos maiores expoentes da música brasileira nos anos 60 e 70, logo teria sua carreira arruinada, quando o mesmo demitiu seu contador Rafael Viviani, o acusando de roubo. Viviani entrou com uma ação contra Simonal, que então teria pedido ajuda a dois policiais para arrancar uma confissão de Rafael.

Rafael assumiu sua confissão, mas acusou Simonal de espancamento, e por ter sido no Dops, muitos acusaram Simonal, de ser um colaborador dos órgãos de censura da ditadura. Tendo sua carreira manchada, Simonal nunca mais teve sucesso, e morreu aos 62 anos em 2000.

Vale a pena?

Por mais que cinebiografias estejam na moda, e Simonal veio no meio desta onda, o longa por vezes, segue uma fórmula bastante padronizada para contar seu enredo. O longa, como era esperado, assume aqui a missão de apagar a imagem de Simonal como delator. Os filhos do cantor, Simoninha e Max de Castro, vem a algum tempo, desmentindo a opinião concreta de que o pai era um delator.

O filme tem vários pontos positivos, a montagem e a direção de Leonardo Domingues são de tirar o chapéu, com uma recriação primorosa do Rio de Janeiro dos anos 60, o longa é rico em cores, vida, figurinos, a parte técnica de Simonal é um show a parte. Aqui, ainda temos participações que são outro destaque, como a de João Velho, como Miele, que consegue convencer, ainda mais pelo tamanho da figura retratada.

O filme trabalha muito bem o aspecto do racismo, e como isso também afetou a carreira de Simonal. Já que ele, em suas próprias palavaras, um homem negro, vindo da favela, incomodava muita gente, por estar no topo. Simonal não tenta passar pano para a figura de Wilson, mas mostra que o motivo do buraco que ele foi colocado, iam além do que nós temos conhecimento.

O problema do longa porém fica nítido: Em nenhum momento sabemos ou temos mais profundidade na pessoa Wilson Simonal. Seus demônios internos, problemas, ou o relacionamento com os filhos, tudo isso é deixado de lado. Mesmo assim, é triste ver que, Wilson Simonal teve um tratamento tão diferente de outros cantores, que se demonstravam simpatizantes da ditadura, como Roberto Carlos. Um negro no topo incomoda, infelizmente.

Trailer do filme

Avaliação: 3 de 5.

Ficha técnica

Direção: Leonardo Domingues
Roteiro: Leonardo Domingues, Victor Atherino
Gênero: Biografia, drama.
Duração: 105 min.
País: Brasil
Ano: 2019

Aliás; você vai comprar algo na Amazon esses dias? Então venha apoiar a TEAM COMICS e compre pelo nosso link: https://amzn.to/3w4vSIE

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.