Primeiramente, vivemos uma era na qual cada vez mais adaptações literárias ou de games da são anunciadas. Diante disso, sempre fica o receio de como a obra será adaptada nas telonas.
Contudo, isso é ainda mais pesado se tratando do fardo de adaptar um jogo, visto que a fama sobre essas obras anteriores são péssimas.
Ainda assim, a Sony Pictures resolver apostar em Uncharted, uma franquia de jogos de ação/aventura de muito sucesso. Além disso, a escolha do casting favorece uma franquia de filmes bem extensa. Portanto, neste primeiro longa, Uncharted: Fora do Mapa, somos apresentado a uma história de origem dos personagens.
A saber, estamos lidando com três tipos de público, o que irão ao cinema pelo apego aos jogos, o que vão ao cinema por apego aos atores, e temos a classe na qual eu me identifico; os que nunca jogaram e não são tão fãs dos atores, porém, vamos com curiosidade para conhecer a história, com uma boa expectativa.
Sendo assim, o grande desafio do diretor Ruben Fleishcer, era apresentar algo coeso para esses três públicos, e pra mim ele conseguiu apresentar algo que funciona. Contudo, o filme obviamente não é perfeito.
Enfim, somos apresentados ao jovem Nathan Drake e Victor Sullivan, em uma empolgante caça a um tesouro perdido. Em meio a isso, eles encaram o desafio de superar os antagonistas Santiago Moncada ( Antônio Banderas) e Bradock (Tati Gabrielle).
Como adpatação, funciona?
Eis o grande medo do fã, ser um longa com uma enchurrada de fã service desnecessário; felizmente aqui, temos bastante referências bem pontuais e condizentes com a trama apresentada. O maior êxito é ter feito uma história que não se baseia propriamente dito em nenhum jogo, e ao mesmo tempo de todos.
Assim, há espaço pra beber livremente de toda a fonte do canone do game, trazendo algo prazeroso de se assistir.
Entretanto, isso não é o suficiente para entregar todo o potencial contido na história.
No que o filme deixa a desejar?
Não vou aqui criticar alguns absurdos ilógicos em tela, característicos dos filmes do gênero, até por que isso também é do jogo, então eu compro a ideia facilmente do Deus Ex Machina se fazer presente no roteiro.
Porém, o que incomoda mesmo são coisas como a falta de relevância dos vilões. Tati Gabrielle atua muito bem, porém a motivação do personagem dela e pífia. Já o Moncada que tem uma baita motivação, foi pessimamente utilizado, deixando Antônio Banderas em um papel esquecivel para sua carreira.
Ainda assim, tem a dificuldade de dissociar tanto o Tom Holland do papel de Spider, quanto da produção do filme (que provavelmente é a mesma). O início do longa realmente lembra muito os filme do Peter Parker.
Qual o saldo final disso?
Entregando boas sequências de cenas de ação, uma ótima sintonia entre Holland e Whalberg e conseguindo provar o potencial futuro da franquia, Uncharted: Fora do Mapa é um bom longa que tinha potencial para ser ótimo, mas que não alcança uma maior grandeza por falta de ousadia de seu diretor ou um comodismo.
Enfim, apenas referências e cenas de ação não são o suficiente para entregar um filme incrível. Porém, classifico o filme na mesma prateleira de Sonic, em relação a adaptações de games: bem melhor do que os outros, porém degrais abaixo dos blockbusters de sucesso de Hollywood.
Por fim, temos duas cenas pós créditos, saiba mais aqui.