A Grande Virada chegou ao catálogo da Netflix. O longa, que é estrelado por Ben Affleck, é uma boa representação do lado mais sombrio do capitalismo, mostrando como ele afeta de maneira nociva, quem não consegue mais seguir no rumo, e como pessoas são meros instrumentos de descarte rápido, a medida que envelhecem.
Assim, o filme fala sobre o impacto que a demissão de uma empresa pode causar na vida de três homens e como isso afeta a família desses homens, e a comunidade em sua volta. Desempregados, ele e seus amigos Phill e Gene tentam redefinir suas vidas enquanto lutam para sobreviver em um momento de crise.
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Vale a pena?
A crise de 2008 continua ressoando até hoje. Afinal, foi uma crise econômica gigantesca, que afetou e afeta, inúmeros países até hoje. Dito isso, a crise foi um motor criativo para, alguns cineastas pegarem roteiros com esse viés de assuntos econômicos e sobre os sistemas financeiros mundiais, e se aventurarem nessas obras. Assim sendo, A Grande Virada é um desses longas. Sem dúvidas, o ponto alto do longa é oseu elenco. Muito competentes, Tommy Lee Jones, Chris Cooper e Ben Affleck (este sem muito afinco), entregam atuações pontuais, que transmitem até que bem a crítica que o diretor quer passar.
Crítica essa que, visa falar sobre o quanto o americano é superficial e tem uma relação de consumo sem freio. A todo momento, o personagem de Affleck faz compras sem parar, mesmo sem dinheiro. Assim, até o que ele já possui, só servem como status, nunca uma necessidade. Cada personagem reage de uma forma a suas demissões, e nesse momento, o diretor vai por um caminho padrão, temos o que não aceita e se fecha a realidade (Affleck), o que se começa de novo imediatamente (Tommy Lee), e o que se suícida (Cooper).
Todavia, não dá para dizer que a construção dos personagens é bem feita, já que em nenhum momento eles de fato, conseguem ter algum ponto alto no filme, que mostre uma abertura para se explorar. Assim sendo, temos Tommy Lee Jones sendo o melhor trabalhado, porém, se pegarmos os personagens de Craig T. Nelson e Kevin Costner, não daria para fazer o mesmo julgamento. Em suma, eles aparecem com um pano de fundo, e nada mais, inclusive, somem da trama sem mais nem menos.
Ademais, o longa de John Wells até constrói uma boa crítica ao capitalismo e esse consumismo, porém, faltou um cuidado maior do roteiro, e o final do filme, com essa a mensagem ”que tudo da certo no final”, é no mínimo simplista demais. Por fim, A Grande Virada é uma boa adição ao catálogo da Netflix, porém, não espere um filme tão memorável quanto a crise de 2008, infelizmente.
Trailer do filme
Ficha Técnica
Direção: John Wells
Roteiro: John Wells
Duração: 104 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Drama
Ano: 2010
Classificação: 14 anos
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Apenas o elenco chama atenção, o resto é totalmente desperdiçado.