Dirigido por J.A. Bayona, muito conhecido por ser o diretor de outro filme retratando uma tragédia, “ o impossível “ de 2012. A sociedade da neve que chega na Netflix é baseado no livro homônimo do jornalista Pablo Vierci. O longa conta a história da queda, nos andes, do avião que transportava um time de rugby uruguaio, bem como alguns acompanhantes dos mesmos. Mostrando todos os percalços que estes passaram para conseguir sobreviver à desoladora situação.
Antes de me aprofundar no ensaio a respeito do filme, é impossível não tecer comparações do mesmo com o outro filme feito em 1993, que retratou também o mesmo ocorrido, “ Alive “. Apesar da mesma história, as diferenças entre os longas não poderiam ser maiores. Principalmente do ponto de vista narrativo, uma vez que no de 93 somos brevemente apresentados aos personagens e apenas acompanhamos sua situação, sem um enfoque principal em algum deles ou algo do gênero, acompanhamos o grupo de uma forma mais geral.
- ‘Taylor Swift: The Eras Tour’ se torna o filme concerto de maior bilheteria de todos os tempos
- Confira a lista de vencedores do Globo de Ouro 2024
- Chefe do Studio Ghibli foi pego de surpresa com a vitória de The Boy and the Heron no Globo de Ouro
Já no mais recente, não só temos um maior aprofundamento nos passageiros, como também podemos dizer que temos núcleos com maior divisão, foco narrativo e personagens principais. Entretanto, a grande semelhança entre os dois longas é o trauma que os mesmos com certeza criará na audiência que os assistir.
Além disso
Devo também salientar, o modo como a direção afiada e precisa, nos conduz por toda a melancolia, introspecção e desespero passado pelos sobreviventes. Retratando desde as cenas mais absurdas até as mais simplórias com uma sutileza essencial para contar a história. De mesma forma, na obra, a fotografia trabalha plenamente em função da narrativa sempre com um tom contemplativo e reflexível.
Outro fator de muito destaque no longa, são as atuações. Apesar de todos os atores estarem em plena forma e dando o máximo de si, gostaria de destacar aqui Enzo Vogrincic (Numa) e Agustín Pardella (Nando). Podemos dizer que os dois são o mais próximo que temos de personagens principais e a atuações dos dois está à altura desta responsabilidade, transmitindo toda a angústia, dor e esperança necessárias.
Concluindo
Muito pode ser dito a respeito do que ocorreu nesta fatídica situação a que os passageiros foram submetidos, desde como a sobrevivência, em casos extremos, precisa ultrapassar muitas das leis e morais estabelecidas pelas sociedades civilizadas, até o modo como somos capazes de nos adaptar às mais ousadas situações. Porém, o que a obra mais divaga a respeito, é a busca de um sentido para tudo o que aconteceu àquelas pessoas. Para mim, mesmo explicações divinas ou meramente humanas, são incapazes de significar a nossa miséria e sofrimento, uma vez que o sentido é apenas uma facilidade que buscamos para confortar nossas ações e não termos que conviver com o simples fato de lidarmos com um mundo sem fundamentos lógicos compreensíveis. Logo, esta tragédia é apenas uma das provas de que o absurdo sempre se faz presente em nossas vidas.
Por fim, concluindo, não há, nem nunca haverá, um sentido para o que estas pessoas passaram. Contudo, com certeza esta foi uma experiência essencial para a vida dos mesmos e que aqui foi retratado com o maior respeito e reconhecimento possível. Não atoa a obra está indicada ao Oscar de melhor filme internacional.
Trailer do filme
Aliás, você costuma comprar coisas na Amazon? Então apoie a TEAM COMICS e compre pelo nosso link: https://amzn.to/3w4vSIE