Ad Astra é um filme de suspense com elementos de ficção científica lançado em 2019. Na época do lançamento longa obteve um enorme prestigio da crítica, mas dividiu opiniões do público. E agora, 4 anos depois, Ad Astra chegou ao catálogo da Netflix, e ainda assim continua a ter uma reação diversa dos seus espectadores.
Alguns dizem que o longa é um brilhante estudo de personagem que mergulha brilhantemente na psiquê do principal e em debates sobre a efemeridade da vida. Outros falam que ele é chato, maçante, cansativo, parado e presunçoso.
Neste Fla x Flu, eu estou bem encima do muro. Mas se me balançarem, eu confesso que caio pro lado negativo.
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O que ele acerta em cheio
OK, antes de pegarmos em armas, acho importante salientar as imensas qualidades da obra, que não são poucas.
Uma fotografia maravilhosa, efeitos técnicos de primeiro nível, uma ambientação criativa e muito bem construída, atuações de alto nível, especialmente as de Brad Pitt e Tommy Lee Jones, e uma mixagem de som top de linha, que combina com a excelente trilha sonora.
Mas o problema de Ad Astra é que, apesar de possuir poucos defeitos, os que ele possui são grandes demais para ignorarmos.
Problema identitário
Começando pela falta de identidade do mesmo. No início, a narrativa se apresenta como um drama pessoal envolvendo o personagem do Brad Pitt. Pouco depois, a atmosfera da produção muda completamente, e ela vira uma aventura de ficção científica, com direito a perseguição e missão pra salvar a Terra. Depois o enredo volta a focar no arco dramático do astronauta ao mesmo tempo que faz uma crítica velada ao consumismo humano. Depois ele fica um bom tempo só observando o dia a dia da jornada do astronauta major. E por fim, após um longo período maçante que passamos na nave dele, o filme conclui juntando os dois elementos em uma mistureba bem nada a ver.
Eu acho louvável a tentativa do diretor de unir os 2 gêneros em uma única narrativa. O problema é que os 2 estilos têm que serem complementares ao longo na obra, e não alternante, ou pior, antagônicos.
Ad Astra sofre justamente com esse problema. A parte dos espectadores que viram o filme pela aventura não gostou dele por causa das cenas de reflexão, e aquelas que esperavam um drama ficaram confusas do porquê tem uma perseguição em alta velocidade no meio de um suspense de ficção científica.
Tédio
Isso sem contar que muitas das cenas mais contemplativas do longa são cansativas até demais. Tinha vezes que eu estava tão desconectado da tela e história que parecia até que eu estava assistindo tinta secar. Eu sinceramente até esqueci lá pro meio do segundo ato que o Brad Pitt tava em uma missão de vida e morte, pois eu estava tão entediado que qualquer conexão ou senso de urgência que o filme tenta-se provocar em mim era sempre sem sucesso.
Além de que ainda existe o fato de que o final é clichê, lugar comum e até um pouco insatisfatorio na minha concepção.
Meu veredito
Ad Astra é como um um lindo por do sol no meio de um lixao. Vc consegue ver claramente toda a sua beleza e sua grandiosidade, e sentir todo o seu calor. Mas o problema é que se você olhar pra baixo vc está em uma montanha de lixo com um cheiro ruim pra caramba.
Não importa o quão lindo, inteligente, bem mixado e bem atuado Ad Astra seja, pois se você “olhar pra baixo” você vai ver todos os seus problemas tonais, narrativos e identitários.
Sinceramente, o meu veredito é cabe ao leitor decidir o que ele vai valorizar mais nessa obra.
A beleza do pôr do sol, ou a sujeira do lixão.
Trailer do filme Ad Astra: Rumo Às Estrelas
Ficha Técnica
Direção: James Gray
Roteiro: Ethan Gross e James Gray
Duração: 123 minutos
País: Estados Unidos da América
Gênero: Ficção-Científica
Ano: 2019
Classificação: 16 anos
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