B.O. (Netflix) – Cópia Barata de Brooklyn 99?

Sonic pula, pega moedas, destrói seus inimigos com um pulinho, seria ele uma cópia do Super Mario? É inegável a influência da sitcom americana nessa nova produção da Netflix, estrelada por Leandro Hassum. Todo o material promocional da série brasileira parece que tinha como objetivo vender a idéia de ser um ctl+c crtl+v de Brooklyn 99, e isso pode ser assustador de início. Mas a B.O. surpreende positivamente e deixa um gosto doce e agradável na boca.

O Delegado Suzano é transferido para Tijuca, Rio de Janeiro, onde acaba tendo que lidar com o contraste de sua pequena cidade natal. Contudo, seu jeito carinhoso e pacato levam os colegas de Delegacia o apelidarem de Bundão, e seu jeito atrapalhado não passa credibilidade para seus subordinados. O policial de interior ainda tem que lidar com uma máfia fluminense, a qual acompanhamos o desenrolar nessa workplace comedy.

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Será mesmo uma cópia?

Zooms dinâmicos, situações contrangedoras, cara de documentário, e toda essa salada de frutas em um ambiente de trabalho. Qual série veio à mente? Talvez The Office, por ser a mais popular no nicho mencionado. A série criada por Ricky Gervais é a favoritas de muitos, e estabeleceu um formato muito peculiar e característico, tão icônico que “The Office” muitas vezes é utilizado para se referir ao estilo ou gênero de algum filme ou série.

Brookyn 99 bebeu diretamente da fonte do que deu certo, e usa os moldes de Michel Scott para contar uma nova história, em um outro ambiente, e com novos personagens. Desde sua estréia em 2013, comparações eram feitas, e a série era descredibilizada por ser uma “cópia de The Office”. Ainda assim, até hoje espectadores rejeitam B99 pelos mesmo motivos.

Da mesma forma, B.O., da Netflix, faz um mix do que deu certo no passado e adapta para a nossa realidade. Mesmo se passando em uma delegacia, e com personagens que parecem familiares, a série tem sua própria personalidade, da mesma forma como o Sonic não é um encador somente por ter movimentos parecidos com o do Mario. Veio a calhar de o ambiente de trabalho ser o mesmo, entretanto poderia ser qualquer outro, como uma sala de professores, porém a realidade da polícia brasileira é bem diferente da norte-americana, e é nessa adaptação de realidade que a série brilha!

Vale a pena?

Carnaval, burocracia sem sim, e até fã clube de Sandy e Júnior! Ver uma série tão bem produzida, com a nossa cara estampada, é delicioso! Referências, gírias, músicas e tudo o que você, come e ouve estão presentes nos episódios. É um grande motivador para conferir a série até o último episódio.

Leandro Hassum rende ótimos momentos de humor com seu personagem humilde, completamente deslocado do resto do ambiente, surpreendendo assim a leveza com que trata os assuntos, e a preferência de dialogar e ser gentil em vez de partir para a porrada. Por boa parte da série o delegado Suzano é o responsável por tornar situações aparente banais, em grandes missões policiais. A estrutura da série não é simplesmente episódica, mas sim segue uma narrativa muito bem estabelecida desde o primeiro episódio, o que leva a uma conclusão satisfatória de temporada. Com sacadas surpreendes e muito inteligentes, B.O. cria uma certa identidade e faz abrir um sorriso no rosto ao ver a série na Netflix.

Sobretudo, a fotografia deixa bem clara a sua mensagem: B.O. é uma série da Netflix com sua leveza, e doçura, com punhado bem cheio da cultura brasileira. Ótima para se desconectar da realidade, e se conectar um pouquinho mais com o cinema brasileiro.

Veja o Trailer da série:

Ficha Técnica

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