Bela e Rebelde – A tentativa falha da Netflix de representar o rock italiano

Bela e Rebelde – A tentativa falha da Netflix de representar o rock italiano

Bela e Rebelde, o mais novo filme da Netflix, estrelado por Letizia Toni e dirigido por Cinzia TH Torrini, foi uma audaciosa tentativa de recontar a história da renomada cantora e compositora italiana Gianna Nannini. Certamente, os produtores mostram audácia ao abordar uma artista como Gianna, que produziu mais de 20 álbuns de estúdio, sem contar suas compilações. É verdade que eles estabeleceram um recorte histórico para condensar o filme, desde a infância de Gianna em sua cidade natal, Siena, até meados dos anos 80, quando a cantora enfrentou graves problemas com drogas e questões psicológicas.

 Vale lembrar também, que Gianna trata-se de uma das mais importantes artistas no cenário do Rock italiano, entretanto, o filme “Bela e Rebelde” (Netflix) não consegue passar sua importância para o telespectador tecnicamente falando e nem mesmos suas questões sociais e psicológicas.

Vale a pena?

Quase não se encontra pontos positivos no filme, infelizmente. Todas as relações interpessoais da protagonista podem tranquilamente passar despercebidamente, especialmente a relação de Gianna com seu pai, que certamente foi um dos pontos mais importantes da carreira da atriz. O pior de tudo, é que podemos ver que foi dado atenção para esse tema. A prova disso são os incontáveis minutos disponíveis para o desenrolar dessa trama. As outras personagens não possuem quase relevância alguma, muitos aparecem na vida de Gianna por cinco minutos, somem, e a protagonista escreve uma música para tentar dar valor aos coadjuvantes.

O processo de representação de Gianna como compositora é simplesmente assustador. Resume-se em: Gianna sentar-se em frente ao piano e milagrosamente produzir um sucesso que posteriormente seria o responsável por levar a artista ao topo das paradas em quase toda a Europa.  Sua personalidade, juntamente com o festival de más atuações, chega a ser ridículo. Eles retratam Gianna como uma criança com uma idade mental de no máximo doze anos, para ser generoso. Suas atitudes ultrapassam a barreira do “Rock N` Roll” e batem de frente com a linha da vergonha alheia.

Mas…

Sim, o filme aproveita algumas coisas. As cores do filme se alinham com as do cinema da atual década, são bem colocadas – às vezes – e ajudam na ambientação musical e enérgica que o filme quer passar em alguns momentos. Apesar dos pesares e de um início muito rápido, o filme é relativamente bem dirigido.

 Outro bom ponto a se extrair, é a questão psicológica de Gianna. Por mais que ocorra de forma bem breve, o filme mostra como foi esse processo, a degradação da protagonista é perceptível e o filme consegue abordar questões como excesso de trabalho, o que faz certamente com que a metade final do filme tenha uma qualidade imensamente – ou nem tanto assim – maior que a primeira.

Avaliação: 1.5 de 5.

Confiram o Trailer:

Ficha técnica

Título original: Sei nell’anima
Direção: Cinzia TH Torrini
Duração: 114 minutos
País: Itália
Gênero: Drama, Biográfico, Música
Classificação: 16 anos

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