Crítica | 007 Sem Tempo Para Morrer

Antes de mais nada, Daniel Craig ficará marcado na história por ser o James Bond da nossa geração e o único por ter uma despedida de fato, isso sem contar o rumo que o filme tomou, totalmente inédito na saga.

A aventura final de Daniel Craig como James Bond chega em grande estilo: 007 sem tempo para morrer é uma despedida merecida e respeito ao legado do perosnagem

A princípio, o desafio contínuo de uma saga extensa é a criação, pois como trazer algo novo para quem já viu de quase tudo. Terrorismo mais uma vez foi o desafio, porém temos mais de um vilão em questão dessa vez.

Para tanto, foi necessário mais de duas horas de filme; sendo assim, o tempo assusta por passar a impressão de que haverá uma gama enorme de informações e trama para se acompanhar. Diante disso, já adianto que entre 30 e 45 minutos de narrativas poderiam ser encurtados facilmente ou ter uma adição maior de elementos para não ter que dar voltas em torno de uma mesma situação.

Contudo, o longa apresenta um James Bond em aposentadoria que vive sozinho após abandonar sua amada, por tê-la julgado como traidora. Em meio a isso, ele acaba por se envolver sem querer em uma trama que envolve duas gigantescas organizações criminosas, uma delas a Spectre obviamente.

Portanto, James após relutar tanto, acaba por ceder e aceita voltar a ativa; porém agora ele está sem alcunha, já que tem ativamente um 007, sendo vivido por uma mulher, a Nomi (Lashana Lych). Portanto, a narrativa acaba por tomar um rumo que ela se distancia da espionagem e aproxima muito do romance.

Critico a necessidade da aparição do Blofield, pois a cena foi bem ruim; assim como a construção do vilão protagonizado pelo Rami Malek, o Safin. Ainda assim, o roteiro deu um jeito de amarrar as pontas soltas no início do longa em relação ao principal antagonista e a Madeleine.

Vale ressaltar ainda a passagem do Félix Leiter no longa, que trouxe um peso dramático enorme pro longa. Diante disso, vai ficando evidente que James não tem mais motivos pra seguir a vida até nos depararmos com até então a maior surpresa da trama: Madeleine teve uma filha do James!

Após descobrir a inocência de sua ex e a criança, Bond se torna incansável na busca incessante por derrotar o Safin, que detém uma tecnologia mortal, cheia de nanobytes programados para matar pessoas que tem o DNA programado pelo vilão.

É uma arma de destruição perfeita, um toque e morre somente quem o executor quiser. Isso devia ter sido melhor explorado inclusive. Ao passo que a narrativa avança, temos o embate final que acaba por não ter peso nenhum já que o vilão se demonstra bem fraco e distante do gênio que foi prometido. Contudo, a maior surpresa veio no fim do terceiro ato.

Apesar de ser uma despedida do Daniel Craig, ninguém imaginou que James Bond morreria no filme. Após ser infectado com a tecnologia mortal, fica claro que ele vai se deixar ficar pra trás e morrer, apesar de isso parecer desnecessário.

Vale ressaltar que a tecnologia impede James de tocar qualquer pessoa com o DNA programado nos nanobytes, e as pessoas eram a Madeleine e sua filha. Então, ele decidiu se entregar a morte. Essa decisão inédita de fazer um Bond desistir foi ousada e inteligente, apaga até os erros anteriores do longa.

Por fim, 007 Sem Tempo Para Morrer se torna um título hipócrita levando em consideração o final, porém é uma despedida merecida e com certeza será um marco na franquia.

Ficha técnica

Título: 007 Sem Tempo Para Morrer
Diretor: Cary Joji Fukunaga
Roteiro: Neal Purvis, Robert Wade
Elenco: daniel craig, Rami Malek, Léa Seydoux
Gênero: Ação/Suspense
Ano de produção: 2021

Por fim, não deixe de conferir

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