Crítica | Cisne Negro

Crítica | Cisne Negro

Cisne Negro é uma história muito famosa no balé. Um feitiço é feito e uma princesa vira um cisne branco que é prometido a um príncipe. Através do seu verdadeiro amor, a maldição poderá ser quebrada. Em busca de liberdade, o cisne Branco necessita do beijo do príncipe, mas essa esperança acaba quando o cisne negro seduz o príncipe para si. Abalada da com a situação, a princesa vai ao topo de uma montanha e se suicida e, assim, encontra a sua liberdade.

Apesar de poético e famoso, a história de Cisne Negro é no mínimo interessante. Mas também é uma história bastante batida na área, as pessoas que praticam balé ou apreciam o espetáculo sabem da frequência que a história é interpretada. Basicamente, tudo isso é um obstáculo a mais. Fazer o Cisne Negro, um espetáculo comum, se tornar algo bem feito e único, teoricamente, já é um desafio grande. Mas e fazer um filme original, diferente de outros que somos acostumados e ainda assim diferenciar o espetáculo, tudo na mesma obra?

Darren Aronofsky é diretor de clássicos como “Pi”, “Requiem para um sonho” e mais recentemente “Mãe!”. A expectativa é grande apenas pela trama, mas quando começamos a ver o filme, é notório um certo domínio do mesmo.

ORIGINALIDADE E INOVAÇÃO

Particularmente, quando eu vejo um filme, eu espero que, de alguma forma, ele no mínimo me surpreenda. Mas quando assisto a filmes mais populares eu sinto que é mais fácil prever o que vai acontecer. Já que não trazer algo diferente por medo de não agradar à maioria das pessoas é uma técnica de venda. Ainda assim, a obra surpreende, pois consegui resolver poucos mistérios do filme sozinho, o que me contenta e me prende como em um filme de investigação policial.

O filme apresenta bem os personagens e junto com eles apresenta também a trama. Fazendo uma comparação filosófica e artística o diretor aproveita a chance de não ser repetitivo e consegue fazer sem se fazer falta e ainda provoca uma certa sensação de mistério. Tudo isso é constante durante o filme até o final. Vai do começo do filme até o final com esse conceito abstrato e bem feito.

Ainda assim, o filme consegue introduzir pessoas do meio artístico tratado no filme e a pessoas que não entendem de balé. Ou seja, é incontestável que o filme é extremamente bom narrativamente e não cansa na maioria do tempo.

NATALIE PORTMAN

Estudo de personagem é basicamente um subgênero que foca em um personagem e mergulha em suas qualidades, defeitos e reações. Coringa, por exemplo, é o sucesso mais recente de um estudo de personagem de forma bem feita. Um sucesso, tanto financeiramente quanto artisticamente, levando um filme de “super herói” para o Oscar, sendo o mais indicado do ano. Mas o Coringa só é o Coringa por causa da grande direção de Todd Philips e a atuação impecável de Joaquin Phoenix. Como já falei da direção que é algo ótimo e esplêndido, é impossível fazer um bom estudo de personagem sem uma interpretação de alta qualidade.

Natalie Portman traz a atuação da sua carreira e é a entrega que o filme precisava. Em casos assim, precisamos de uma boa direção de elenco para atriz se encaixar na trama necessário e de um trabalho de atuação bom pra saber se encaixar no que precisar. Natalie faz tudo, além de uma atuação versátil, traz também uma atuação corporal forte além de ser ela a dançarina, fazendo mais de 80% das cenas de dança, o que é gigante.

O filme necessita dessa transição, já que a dançarina faz tanto o Cisne Negro quanto o Cisne Branco, ou seja, é preciso atuar de uma forma única em todos momentos do filme, para mostrar evolução e involução. Ensaiar tanto para que um erro pareça ser natural e não algo forjado não é algo fácil. Tudo parece muito bem coreografado, até mesmo essas falhas de coreografia.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Todo filme está suscetível a falhas, infelizmente poucos filmes são literalmente impecáveis. Aqui, eu sinto que há excessos. O filme peca por excessos e não por faltas, excesso de abstração, excesso de reafirmação, excesso de excesso. O filme não erra a ponto de incomodar, mas é algo completamente visível que comparado a filmes mainstreams passa batido, é invisível. São erros que existem, mas não são facilmente notados.

O trabalho com o abstrato e o filosófico pra mim é o grande forte. Isso tudo junto com realizadores competentes dão filmes bons e complexos assim.

“Cisne Negro” é um dos melhores da década e está muito bem guardado na memória dos telespectadores. O famoso clássico contemporâneo.

Avaliação: 4 de 5.

Ficha técnica

Título: Cisne Negro
Diretor: Darren Aronofsky
Elenco: Natalie Portman, Mila Kunis, Vicent Cassel
Gênero: Drama/Thriller
Ano de produção: 2010

Cisne Negro ganhou 1 Oscar de Melhor Atriz para Natalie Portman

Filme disponível no Star+

Por fim, não deixe de conferir

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