Primeiramente, vivemos uma era em que o humor é bem militado e limitado. Este que vos fala, cresceu assistindo coisas como Hermes e Renato, Pânico na Tv, Jackass, etc. Sendo assim, são atrações que hoje não cabem como entretenimento ou teriam de se enquadram para evitar o tal cancelamento.
Entretanto, há casos de humoristas que fogem do atual estereótipo do que é humor. Talvez o mais famoso (e polêmico) atualmente deles seja o famigerado Léo Lins. Além disso, o momento atual está sobre o debate da linha tênue entre o humor e desrespeito, graças ao caso Chris Rock e Will Smith.
Contudo, um dos grandes comediantes da atualidade…aliás, perdão. Um dos grandes comediantes cancelados da atualidade, Dihh Lopes, deu início a sua carreira no entretenimento e o que seria melhor para ilustrar isso do que a coisa que ele mais vê na vida?
Não, não estou falando da esposa dele, em sim de um processo. A série protagonista pelo comediante retrata algo comum na vida do integrante do 4 amigos. Inclusive, a trama da série é baseada em o Dihh conseguiu emplacar um especial de comédia na Netflix antes de seu companheiro de grupo, o Márcio Donato.
Todavia, o nome do santista ainda é muito mal visto por aí, devido suas piadas tão pesadas quanto ele; ao passo que ele tenta um contrato com a gigante do streaming, o inevitável acontece, que é a adição de mais processos jurídicos á sua longa jornada de cancelamentos .
Diante disso, 4 episódios com participações especiais marcantes como Thiago Ventura, Igor Guimarães, Afonso Padilha. Obviamente, a confusão está garantida e inúmeras piadas de gosto duvidoso também. De fato, o público que acompanha o comediante deve se render a produção.
E claro, não estamos diante de algo cheio de investimento ou uma produção americana da Marvel Studios. Porém, eu como defensor assíduo do cinema nacional, também defendo quem se arrisca a criar uma série sem tem muito recurso financeiro ou uma grande produtora por trás.
Além de que de fato, há LITERALMENTE comediantes em ação, ao invés de tentar o comum (infelizmente) que é fazer um ator tentar se adaptar a comédia. Com um modelo meio sitcom, meio pseudodocumentário, Dihh Lopes e elenco conseguem encontrar o equilíbrio entre a comédia e entretenimento que essa obra despretensiosa precisava.
E claro, o objetivo é concluído com sucesso, pois você ri das piores e melhores piadas; das mais inteligentes, até as mais forçadas. Sendo bem competente no que se propõe, indico assitir “O Processo”, leva pouco tempo de tela e a diversão é garantida.
Por fim, também é notório que a produção não é perfeita, até por ser algo experimental, independente. Então fica evidente pontos que poderiam ser melhores e elevar o patamar da série, como a sonoplastia, fotografia, efeitos, etc. Contudo, entendo perfeitamente as limitações, uma vez que a tentativa de fazer algo diferente do que todo mundo faz, já é bastante ao meu ver. E ainda por cima, o final ainda te emociona e faz refletir.
