Crítica - Rainha das Lágrimas, drama de sucesso da Netflix

Neste domingo (28), o drama coreano Rainha das Lágrimas chegou ao final em seu país com 16 episódios. O drama, que está sendo distribuido mundialmente pela Netflix, conquistou a maior audiência do canal responsável em seu país, a tvN, ultrapasssandoPousando no Amor (também disponível na Netflix). Isto é, um fenômeno de público que entrega boas atuações e uma boa história a ser contada.

Rainha das Lágrimas segue a história de Baek Hyun-woo (Kim Soo-hyun) e Hong Hae-in (Kim Ji-won) em meio a uma crise severa em seu casamento. Entretanto, mesmo antes que o protagonista consiga pedir divórcio, seu esposa descobre que tem um tumor raro no cérebro que o faz desistir de seguir com seus planos.

Rainha das Lágrimas: são muitas lágrimas!

Este é, de certo, mais um drama de sucesso para a conta dos atores Kim Ji-won (Lutando pelo Meu Caminho) e Kim Soo-Hyun (Tudo Bem Não Ser Normal). Não é atoa que este último é o ator mais bem pago da Coréia na atualidade.

De uma forma geral, Rainha das Lágrimas é uma produção que chama muita atenção, seja pela escolha do elenco ou a história que deixa o espectador curioso para o que estar por vir. É bem verdade, por exemplo, que o roteiro soube muito bem equilibrar os momentos mais sérios com os momentos mais leves e engraçados. Além disso, a carga dramática que envolve todas as situações apresentadas e a química entre os atores foi um ponto chave para dar à série uma consistência que atrai muito quem está assistindo. Por isso, Rainha das Lágrimas tem um seguimento até que coeso e um ritmo impressionante.

Vale a pena, afinal?

Bom, não há espaço para renegar o impacto desta série para o público em geral. Afinal, Rainha das Lágrimas encatou os corações dos telespectadores ao ponto de conquistar tudo o que consquistou (em relação aos números). No entanto, isso não significa, nem por um momento, que a produção não está rodeada de problemas de construção.

Esses problemas se dão a partir da negligência desenvolvimental de todas as tramas da série. Ou seja, o roteiro abre muitos caminhos e não os percorre por completo. Muitas subtramas são apresentadas, muitos personagens são apresentados, muitos detalhes são apresentados, mas nenhum deles tem uma boa resolução. O ritmo frenético da série não bastou para tornar esses pequenos defeitos imperceptíveis.

Além disso, toda a química apresentada pelo elenco é mal aproveitada. Nós temos um casal principal que não se toca, não tem momentos verdadeiramente íntimos (não se tratando de sexo) e com interassões sufocadas pelas diversas subtramas. E com muitos detalhes sobre o passado mal aproveitados.

Quanto aos personagens secundários, a maioria ganha apenas informações soltas na reta final da série. Sinceramente, é como se o roteiro tivesse lembrado só no final que personagens secundários também tem história. Se não queriam contá-las, para quer perder tempo de tela jogando informações inúteis que não fazem diferença para o correr do enredo?

Enfim, Rainha das Lágrimas tinha tudo para ser um drama de extrema qualidade. Porém, mesmo com a arma, a mira e o alvo gigante, consegue ratar o caminho para entregar todo o seu potencial.

Observação: Devido ao sucesso do drama na Coreia do Sul, dois episódios especiais estão sendo desenvolvidos. Os episódios especiais se tratam de entrevistas com o elenco da série.