Ruído Branco (Netflix) | A combinação de sátira social e dilema metafísico

Ruído Branco (Netflix) | A combinação de sátira social e dilema metafísico

Protagonizado por Adam Drive – que volta a trabalhar com o diretor Noah Baumbach depois de História de um Casamento (2019) – e sendo uma adaptação “inadaptável” do livro de Don DeLillo, Ruído Branco chega com moral ao catálogo da Netflix.

A princípio, Ruído Branco aborda os dramas de uma família norte-americana contemporânea, e suas tentativas de lidar com os conflitos mundanos da vida cotidiana, além de buscar compreender os mistérios universais do amor, morte e a necessidade de buscar a felicidade, mesmo em um mundo incerto.

No longa, temos Adam Driver – quase irreconhecível – dando vida ao professor universitário Jack, especialista em Hitler, e parte de uma família composta por sua esposa Babette (Greta Gerwig) e seus filhos (de outros casamentos e também do atual). 

Em síntese, a vida corre bem, até que um acidente industrial com produtos químicos desencadeia um “evento tóxico no ar”.

Sinopse do livro

Ruído branco, o oitavo romance de DeLillo, é a história de um professor universitário que vive com a família no Meio-oeste americano, numa cidadezinha que é evacuada depois de um acidente industrial. À luz de desastres como o da Union Carbide na Índia, que matou mais de duas mil pessoas e feriu outras milhares (e que acabara de ocorrer quando o livro foi publicado), Ruído branco mantém seu sentido atual e aterrorizante.

A grande particularidade de Ruído branco é sua compreensão e percepção da trilha sonora dos Estados Unidos. O ruído branco inclui o som sempre presente do tráfego da auto-estrada, um murmúrio remoto e constante que contorna nosso sono, como almas mortas balbuciando nas margens de um sonho. Não é tanto com o caráter que DeLillo se preocupa: seu tema é basicamente a cultura, a sobrevivência e a interdependência crescente entre o eu e a comunidade nacional e mundial.

O homem viril diante dos elementos, o fora-da-lei, o super-herói, existem no mundo moderno apenas como mitos; somos os elementos da natureza, um povo tecnologicamente orientado que nem por isso deixa de estar preso na peneira da história. No que DeLillo escreve existe o suspense e uma inteligência que questiona, um sentido simultâneo do círculo que se amplia e da malha fina da rede.

Vale a pena?

Sinceramente, eu gosto de filmes que usam a vida cotidiana para desenvolver uma narrativa. Ruído Branco chega à Netflix em um momento muito semelhante àquele em que os personagens se encontram na trama. Saindo de uma pandemia (Covid 19) que afetou a vida de inúmeras pessoas, o longa e os personagens de Baumbach vão tratar principalmente sobre o imediatismo, onde pensamentos sobre a morte assombram diversas mentes por aí.

Em suma, DeLillo expõe em seu livro o consumismo desenfreado, a saturação da mídia e o intelectualismo vazio. Noah Baumbach por sua vez, desenvolve diferentes temáticas entrelaçadas em uma história que brinda tudo aquilo que DeLillo escreveu e, explora diferentes questões que não estão diretamente conectadas, mas que dialogam com o fato central.

Mesmo que Adam Driver carregue o filme nas costas, o longa tem um elenco riquíssimo que eleva ainda mais o nível da produção.

Por fim, Ruído Branco também abre espaço para outros assuntos éticos e morais. Com toda certeza é um filme que vale a pena conferir, mas cuidado! visto que o filme tem uma pegada mais específica e possa ser que não agrade todo mundo.

Confira o trailer de Ruído Branco

Avaliação: 4 de 5.

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Ficha Técnica

Direção: Noah Baumbach
Roteiro: Noah Baumbach
Duração: 136 minutos
País: Estados Unidos e Reino Unido
Gênero: Comédia, drama e terror
Ano: 2022
Classificação: 14 anos

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