Pobres Criaturas | Obra-prima sobre a autodescoberta feminina

Pobres Criaturas | Obra-prima sobre a autodescoberta feminina

Yórgos Lánthimos foge do que há de mais óbvio na cinematografia contemporânea. Indicado a 11 categorias no Oscar 2024, Pobres Criaturas, que estreia em 1° de fevereiro no Brasil, é a verdadeira obra-prima do diretor grego: surreal, feminista e uma encantadora reflexão sobre a vida.

Baseado no livro homônimo de Alasdair Gray, publicado em 1992, o filme apresenta a história de Bella Baxter [Emma Stone], trazida de volta à vida por Dr. Godwin Baxter [Willem Dafoe]. Em meio a Era Vitoriana, Bella comete suicídio por uma série de motivos desvendados ao final do longa. A protagonista, então, tem seu corpo salvo por Goldwin, que implanta nela o cérebro de um bebê, da forma mais bizarra possível.

Por outro lado, de uma brilhante sacada do diretor, que reúne em seu currículo O Lagosta, de 2015, e A Favorita, de 2018. É com essa reinterpretação de Frankenstein, de Mary Shelley, que a personagem, em seu corpo de mulher adulta e mente de criança, amadurece ao longo de 02h21 de filme, descobrindo os prazeres, as belezas e os horrores da vida.

Primeiramente, Bella não consegue falar direito e mal consegue se movimentar em seu lar, onde é criada entre experimentos humanos de Godwin. Suas descobertas começam ainda dentro de casa; e quando suas vontades não são atendidas, ela quebra objetos. Mesmo se tornando a noiva do compreensível Max McCandless [Ramy Youssef], ela almeja o mundo ao lado de quem lhe oferece essa oportunidade, Duncan Wedderburn [Mark Ruffalo].

Vale a pena?

A trama se desenrola perfeitamente com os aprendizados da protagonista, muitas vezes, de forma sarcástica quantos às ações e aos sentimentos que ela descobre nos outros. Aos poucos, Bella experimenta – em uma crescente de cenas em preto e branco para coloridas – desde os seus desejos carnais até as ações mais cruéis, autoritárias e machistas daqueles que a cercam durante sua jornada.

Nesse sentido, as atrocidades do mundo são muito bem expostas quando ela passa por cenários teatrais e espalhafatosos, por exemplo, de Portugal e França. Em seguida, o modo com que a personagem vai deixando para trás sua ingenuidade faz dela uma mulher corajosa e sem medo de julgamentos, como todas devem ser. Seu único desejo é se ver livre daqueles que tentam impor os padrões de uma sociedade conservadora.

Despida – literalmente, em muitas cenas – de todas as suas vaidades, Emma Stone está pronta para receber sua segunda estatueta dourada de “Melhor Atriz”. Enfim, não é à toa que Pobres Criaturas conquistou 100% de aprovação no Rotten Tomatoes: além da atuação impecável da estrela, o trabalho de todo elenco precisar ter seu mérito em uma das maiores premiações do cinema.  

Finalmente, com seu modo audacioso de pensar e agir, Bella Baxter é definitivamente uma personagem que não sairá tão cedo da cabeça de quem a assiste.

Avaliação: 5 de 5.

Trailer do Filme

Ficha Técnica

Direção: Yórgos Lánthimos
Roteiro: Tony McNamara
Duração: 141 minutos
País: Irlanda, Reino Unido, Estados Unidos
Gênero: Comédia, Fantasia, Drama, Romance, Ficção Científica
Ano: 2023
Classificação: 18

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