Red: Crescer é uma Fera | Animação Favorita ao Oscar

Red: Crescer é uma Fera | Animação Favorita ao Oscar

“Red: Crescer é uma Fera” é a favorita ao Oscar 2023 na categoria de melhor animação. O filme teve seu lançamento exclusivo na plataforma da Disney+ com produção da Pixar. A animação conta a história de uma menina com linhagem chinesa que descobre uma herança genética deveras esquisita: sempre que eufórica, a menina se transforma em um panda vermelho.

Primeiramente, acredito severamente que é bastante esquisito e até injusto todo favoritismo nas produções da Disney/Pixar no Oscar. Obviamente, toda qualidade técnica desenvolvida pelo estúdio e as evoluções na estética dos desenhos foram grandes vanguardas. Porém, não é só de técnica que se vive o cinema, todo o conjunto deve ser olhado em conta. Dito isso, eu sei bem que “Red: Crescer é uma Fera” chega como favorita no Oscar 2023 pelo nome trazido na produção e pelas variações no visual dessa animação. Trazer elementos de animações japonesas para um filme estadunidense que se passa no Canadá é de fato uma mistura diferente, mas que funciona no estético. Os desenhos arredondados mais próximos da cultura asiática, mas misturados com a cultura ocidental, principalmente pelas cores. Essas são junções feitas tanto na história (família chinesa morando no Canadá), quanto na estética (mistura de estilos).

Não há argumentos, a Pixar é talentosíssima na parte técnica, é pura genialidade, por isso sempre chegam como favoritos. Mas seria isso suficiente para levar os prêmios praticamente todo ano? “Toy Story 4” era o pior candidato de seu ano e saiu vencedor, desbancando o clássico “Klaus” da Netflix. Atualmente, mesmo com a originalidade do filme, “Red: Crescer é uma Fera” não chega como favorito em termos de qualidade, podendo ter uma derrota amarga pelo clássico contemporâneo “Pinóquio por Guilhermo Del Toro”.

Vale a pena?

Levando em consideração a grande quantidade de produções da Disney/Pixar, inovar é cada vez mais difícil, principalmente quando vemos grandiosas produções do estúdio. Mesmo assim, considero a Pixar o melhor estúdio cinematográfico, pois, mesmo com erros, sempre conseguiram elevar ou, no mínimo, manter a qualidade estabelecida. As histórias e estilos variam como uma montanha russa sem freios, mas a qualidade sempre se manteve.

Acredito que a qualidade técnica é mantida e o estilo escolhido tem um toque original que conversa diretamente com a trama, funcionando de uma forma muito natural e fluida. Eles são de fato mestres nessas questões. O que pode cair no mais do mesmo são certas facilitações de roteiro que está presente na grande parte dos filmes da Disney, assim como a grande e conhecida fórmula Pixar. A grande sacada da transição da cultura asiática foi um grande acerto, a linhagem chinesa e sua relação com os animais assim como os grupos de K-Pop que são uma referência clara foram benéficos para a trama. Tudo isso retratando a partir de traços japoneses cheio de exageros propositais e característicos deles.

Contudo, acredito que os motivos que impedem que as coisas ocorram bem são momentos extremamente rasos do roteiro. Penso que são problemas fáceis de resolver, principalmente pela maturidade mostrada pela personagem que, hora é centrada e dedicada, hora se deixa levar por suas emoções como uma criança bem mais nova. É notório, o roteiro cria situações para que o filme aconteça. Do contrário, o filme não sairia do papel, já que seria uma trama extremamente fácil.

O Panda Vermelho

O que chama a atenção nessa produção é o já comentado estilo estético japonês e a mitologia trazida. A inovação do Panda Vermelho como um ser mítico e uma forma de magia, mas também um simbolo sobre outras coisas. Dessa forma, funciona para os adultos e mostra o problema como um marco na puberdade feminina e como isso afeta as mulheres até o fim de seus dias, mas sem desamparar os pequenos. As formas como podemos associar isso com a vida real são bastante numerosas, o que torna a mensagem extremamente lúdica.

Esse formato aconteceu também em Luca, onde vemos críticas ao mal tratamento sobre a população LGBTQIA+. Porém, sem especificar a mensagem, deixando sempre em aberto para que o público viajasse nas possibilidades postas pelo filme. E isso pode ser aplicado a grandes filmes da Disney/Pixar.

Acredito fortemente que a experiência vale a pena, é uma história original com um ambiente agradável e diferente do que estamos acostumados, assim como a estética nova e imersiva. Porém, parece que o filme tem medo de arriscar e joga um futebol rasteiro, sem muitos riscos, mas também sem grandes acertos. O que encanta, novamente, é o visual e o lado místico da família Lee.

Dessa forma, consigo afirmar que “Red: Crescer é uma Fera” é a favorita ao Oscar, pensando em como a academia vota, mas em termos de qualidade o pódio muda. Espero que “Pinóquio por Guilhermo Del Toro” seja o grande vencedor ou que perca para “Lightyear” e seja o grande filme da Pixar do ano.

Avaliação: 3.5 de 5.

Ficha Técnica

Título original: Turning Red
Direção: Domee Shi
Duração: 100 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Comédia/Fantasia
Ano: 2022
Classificação: Livre para todos os públicos

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