The Last of us: Episódio 3 – Crítica

The Last of us: Episódio 3 – Crítica

Texto de Beatryz Galan Castro

O terceiro capítulo da série The Last of Us foi algo muito surpreendente para mim. Eu esperava um roteiro similar aos acontecimentos do jogo. Mas o que foi entregue ao público fora um episódio totalmente repaginado e distinto aos acontecimentos originais e que é capaz de nos causar bastantes emoções, que variam desde um certo calorzinho de alegria durante o seu meio, até a tristeza que nos toma conta quando no final nos é jogado um balde de água fria.

Na minha primeira crítica eu prometi que colocaria a minha emoção de lado e seria o mais racional possível. E pretendo continuar mantendo essa linha, mas nesta review eu gostaria de focar mais no impacto que esse episódio me causou e no seu simbolismo.

O Começo de Tudo

Uma coisa deveras curiosa na série é o próprio fungo que causou a pandemia mundial. Obviamente em algum momento eles iriam nos trazer os ocorridos conforme o enredo vai avançando, e desta vez tivemos um pouco mais de informações. Informações estas que não se estavam no The Last of Us original.

Joel revela para a Ellie durante a trilha que a globalização foi o maior fator para a infecção se espalhar rapidamente. Após uma mutação do Cordyceps é dito que muitos dos alimentos farináceos começaram a ter contato pelo ar com seus esporos, assim sendo contaminado por estes. Como muitos destes produtos são vendidos em todas as partes do mundo, as pessoas já tinham os comprado no dia A e consumido os alimentos na noite da mesma data. Desta formado, no dia B, as mesmas seguiram as suas vidas normalmente, tendo contato com outras pessoas transitando para diversos lugares. E por fim chegando, chegando no dia C, o mundo virou o caos que eles vivem no momento.

Também é mostrado os massacres que o governo da FEDRA foi capaz de cometer para conter a pandemia. De maneira brutal, eles optaram por matar inocentes e pessoas não contaminadas, visando conter a pandemia. Afinal, na logica perturbada dos mesmos, mortos não se infectam.

Sobre a Ellie e Joel

Uma coisa muito interessante deste capítulo é que Joel conta para a Ellie como começou a pandemia. E por meio de cenas como essa nós vemos a relação de ambos fluindo bem devagar, com muitos sinais sutis que Joel está sendo resistente, mas ao mesmo tempo protetor e cuidadoso. Dois bons exemplos são quando o Joel não quer ir por um determinado caminho, pois quer que Ellie presencie algo perturbador.

E noutra cena, nós vemos que Ellie não sabia o que era um cinto de segurança pois ela nunca havia entrado em um carro. Ele imediatamente se dispõem a ajudá-la a colocar o mesmo, e assim vemos relances de um certo zelo de Joel, que mesmo assim permanece um pouco resistente.

Mas eles não são muito explorados, pois a narrativa é focada mesmo é em Bill e Frank.

Contudo ainda assim o episódio nos entrega algumas cenas bem curtas da Ellie, que nos desperta uma certa curiosidade sobre a natureza da personagem. Ela sempre foi uma menina curiosa, bocuda com todos, piadista (as vezes um pouco mal-educada) e disposta a ajudar, mas neste episódio eu gostaria de ressaltar uma cena muito interessante. E tal cena é aquela onde ela tem a interação com um infectado preso por vários entulhos no porão da construção. Tal interação fora estranha, porém deveras intrigante e curiosa.

Bill e Frank

Bill é um homem totalmente tímido, que nunca tinha se relacionado antes de Frank. Sua natureza é a de ser totalmente desconfiado, ao ponto de preferir não viver em sociedade e isolado.

Frank, por sua vez, é um homem com um calor tão grande que precisa expandir tal afetividade. Ele tem muita atitude, é seguro e muito otimista.

Por terem personalidades tão distintas, a série lhe desperta uma curiosidade em relação a como as coisas vão se resolver entre os 2. Quem já jogou o jogo, sabe muito bem que eles infelizmente acabam um sem o outro, pois descobrimos de uma maneira melancólica que Frank se suicida após ser infectado, e Bill fica sobrevivendo no mundo com independente de seu luto.

Botando meus sentimentos em palavras, uma obra que nos entrega muito bem as sensações que tive com o relacionamento de Bill e Frank é Up, Altas aventuras, da Pixar Studios.

O filme começa nos mostrando um pouco de Carl e Ellie, contando suas vidas conforme os anos foram passando, desde o dia em que eles se conheceram, ao som de uma trilha sonora impecável, propositalmente pensada para nos causar emoções de felicidade e de tristeza. Então, quando chegamos no final de suas histórias, somos surpreendidos com um acontecimento arrebatador e irreversível.

É exatamente essa sensação que Bill e Frank nos entregaram neste episódio.

Podemos ver uma relação de duas pessoas com personalidades totalmente distintas sendo construída de uma maneira intensamente abrupta.

Nos primeiros minutos de conversa, me causou uma certa estranheza, como se o Frank estivesse ali tentando se aproveitar da situação por ser muito direto e rápido nas escolhas. Mas conforme o episódio vai avançando e os anos vão passando, nós vemos duas pessoas dispostas a tentar, com bastante carinho e paixão a serem parceiras de fato. E percebemos também que elas se amam muito e querem se proteger.

Definitivamente, eles criam uma relação tão imperfeita que chegam a ser perfeitos um pro outro

A importância desse episódio para o seriado

Vale ressaltar que uma história como essa que foi contada no episódio de hoje nunca se encaixaria em mídia de viodegame. A presente adaptação de The Last of Us foi para o público-alvo que assiste a série. Mas mesmo assim, mantiveram a essência do jogo e tudo que precisou estar lá realmente esteve. De uma forma ou de outra reconhecemos elementos do game, mas com uma perspectiva diferente do que nós que jogamos estamos habituados.

Confesso que até o último minuto eu esperei otimista que alguém estaria ali para receber Joel e Ellie. Mas fomos surpreendidos com a informação de que o proposito do Bill terminou um pouco antes dos dois chegarem a encontrá-los. E desta forma entendemos o significado das músicas dos anos 80 no rádio. Deixando tudo muito mais triste e sufocante.

Vemos que o Bill fora um fator crucial para o Joel começar a aceitar o seu proposito, explorando assim mais a fundo os gatilhos que ele sofre com a perda da Sarah, e que em virtude disso ele ainda não sabe definitivamente lidar com perdas e seus próprios sentimentos. E tais bloqueios é traumas o fazem por vezes ser muito duro e distante com a Ellie.

No geral, é como se o ciclo do Bill terminasse e passado para o Joel. Pois da mesma forma que Frank foi muito importante na vida de Bill, pois ele lhe deu uma vida boa e repleta de amor, agora é a vez de Ellie fazer isso pelo Joel. É como se ele, em sua carta derradeira, tivesse passado um bastão para o Joel, dizendo “agora é a sua vez de seguir seu propósito. Você é o ultimo de todos nós que é capaz disso, de proteger quem você ama”. Sei que quando Bill escreveu isso, ele se referia a Tess, mas acredito que mensagem chegou para o Joel de uma forma muito mais impactante após a morte dela que, e isso provavelmente será explorado isso nos próximos episódios.

Totalmente Repaginado

Como dito, esse episodio impressionou ao ele reconstruir dois personagens do zero. Trouxe da obra original suas personalidades e elementos principais, mas os acontecimentos em torno deles foram surgindo e sendo reconstruídos a todo instante.

A HBO mais uma vez nos ensinou com excelência como adaptar algo para a televisão, trazendo não só emoções, como também um ambiente muito bonito e construído visualmente e uma trilha sonora espetacular, que nós fãs dos games não conseguiríamos achar um defeito sequer mesmo se tentássemos, em função da nostalgia.

Até o momento, a série de The Last of Us tem me trazido a sensação de estar voltando para os meus 13 anos de idade, a época quando eu joguei pela primeira vez a obra original, a dez anos atrás.

Sinceramente? É como se eu estivesse vivendo novamente essa história. Só que desta vez com um outro olhar e perspectiva. Perspectiva está que está me dando uma experiência excelente ate o momento, e que eu espero que mantenha assim até o final, pois os próximos episódios parecem deveras promissores.

Avaliação: 5 de 5.

Ficha Técnica

Título original: The Last of Us
Direção: Peter Hoar
Duração: 80 minutos
País: EUA
Gênero: Suspense, Terror e Aventura
Ano: 2023
Classificação: 18 anos

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