Clonaram Tyrone! – Um mergulho no surrealismo e no absurdo cômico

Clonaram Tyrone! – Um mergulho no surrealismo e no absurdo cômico

Um Estado branco, capitalista e racista, nada novo certo? Eugenia, apartheid, ônibus e bebedouro só para brancos, Estados Unidos em mais um dia comum. Mais um dia ensolarada no belíssimo e excludente mundo do capital. O lugar onde negros são nada mais que ratos de laboratório e bonecos com alvos nas costas. Com esse background chega na Netflix o longa “Clonaram Tyrone!”.

John Boyega, Teyonah Parris e Jamie Foxx. Um traficante, um prostituta e um cafetão, o trio mais inusitado que já se viu. Do nada eles se veem mergulhados numa aventura de ficção científica. Onde algum órgão estatal está usando um bairro negro dos “states” de experimento de controle de mentes e clonagem.

Vale a pena?

Higienização, embranquecimento, qualquer pessoa com dois tico e teco e 50 minutos de atenção em uma aula de história sabe do que estou falando. Brasil passou por isso, EUA passou por isso, África do Sul, Alemanha e por ai vai. O Projeto de nação perfeita, baseada no povo branco, até hoje existem idiotas na ala não-canhota que defendem essa estupidez. Seja nas entrelinhas ou citando Hitler, Mussolini e Ustra ao vivo.

Clonaram Tyrone tem um texto inteligente e incrível de se assistir, algo bem diferente do que geralmente a Netflix aposta. O streaming está acostumado a ficar na sua zona, com filmes pop e leves, onde não te instiga a ficar puto de raiva. Contudo, esse vai além, esse te prende.

Outra coisa que me fascina nesse filme é a mistura de épocas, temos personagens vestido como anos 70, tecnologia dos anos 90 e falas da década atual, como blockchain e bitcoin. É simplesmente fantástico essa mescla de temporalidades, o que podemos chamar de anacronismo estético. Além claro, da paleta de cor retrô que da um clima mó gostosinho ao filme.

Enfim, mesmo toda sua dinâmica e ritmo que o longa trás, Clonaram Tyrone parece que a Netflix tem uma sequência pronta, o que eu acho bem difícil, optaram por deixar uma lacuna aberta e nunca responderem.

Trailer do Filme

Ficha Técnica

Direção: Juel Taylor
Roteiro: Juel Taylor
Duração: 145 minutos
País: Estados Unidos
Gênero: Ação, fantasia e ficção
Ano: 2023
Classificação: 14 anos

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