Crítica | Cruella – Ninguém é de todo mal

Crítica | Cruella – Ninguém é de todo mal

Com a atual era dos live-actions pela Disney, era de se esperar que fizessem um filme sobre qualquer personagem possível. Nesse sentido, e com o sucesso de Malévola nos cinemas, o filme da vilã de 101 Dálmatas caiu como uma luva para os produtores do estúdio. Dessa forma, o projeto de Cruella DeVil tomou início e para viver a personagem dessa vez, Emma Stone foi escalada ao elenco. Confira nossa crítica de Cruella:

Emma Stone como Cruella no filme da personagem.
Divulgação / Disney+.

Quanto aos personagens:

Antes de mais nada, a escolha da atriz foi de longe o maior acerto do filme. Sua capacidade de incorporar duas personagens “distintas” (Estella e Cruella) elevou a intensidade do filme. Já que, uma era incrivelmente caricaturesca e “cruel” e a outra era “boazinha” e positiva. Podemos perceber tais mudanças não só com a troca da roupa, mas principalmente pelo seu sotaque, modo de agir e os trejeitos de cada personagem.

Além disso, temos outros grandes acertos quanto ao seu elenco. Como, por exemplo, o par de amigos fiéis da vilã, que sempre que aparecem roubam a cena com seu humor no ponto, e mesmo não gostando da nova personalidade de Cruella, continuam fiéis. Emma Thompson também encanta como Baronesa, mesmo que sua personagem seja a estereotipada vilã, conseguindo se sobressair sempre que intimida algum personagem. Ademais, temos Artie, Boris, e Anita que cumprem suas funções e completam a trama.

Pôsteres individuais dos personagens de Cruella.
Divulgação / Disney+

Quanto à trama:

Ademais, a perspectiva vilanesca da personagem é muito bem trabalhada pelos roteiristas. Já que, diferente de Malévola, eles não tentam nos convencer da sua bondade e seu passado caótico. Muito pelo contrário ela já começa o filme com alguns pequenos indícios de psicopatia. E essa evolução é boa, porque desmistifica uma personagem já definida pela antiga animação. Entregando-a um plano de fundo, com lados bons e ruins, e que aparentemente não é de todo mal. Dessa forma, nos permitindo gostar de uma vilã, mesmo que o filme não tente esconder essas características.

Por outro lado, outros grandes acertos do filme são: sua impecável trilha sonora; e seus incríveis figurinos. Com direito a Florence + The Machine tocando a música tema do filme, “Call me Cruella“, ainda temos David Bowie, The Rolling Stones e Queen na trilha sonora, mas o que difere quanto a tantos outros longas, é que nesse, cada música, toque ou efeito sonoro se encaixam perfeitamente com a trama. Já para os figurinos, são verdadeiras obras de arte que incorporam o espírito criativo da Cruella, com as peças mais variadas e caricaturescas possíveis.

Cruella em show na rua em frente o ateliê da Baronesa.
Divulgação / Disney+.

Infelizmente, não é só de acertos que o filme vive, ele peca em alguns momentos, mas os dois que mais sobressaem são seu excesso de narração e mau uso dos clichês. O longa já se inicia com a narração da nossa adorável Cruella DeVil, contando os passos que o levaram a chegar onde está agora. No entanto, o seu excesso junto com os clichês fazem com que o filme perca o dinamismo em algumas partes e chegue a desafiar o telespectador, como se ele não entendesse o que estava acontecendo, e precisasse da narração para o ajudar.

Vale a pena?

Por fim, Cruella encanta de inúmeras formas, desde sua incrível trilha sonora, à atuação excêntrica de Emma Stone. Com sua trama que flui de forma orgânica, looks dos mais belos, e a desconstrução/reestruturação de uma das mais famosas vilãs da Disney. Tendo isso me mente, não é muito difícil dizer que vale sim, muito a pena ver esse filme, que de um modo, ou de outro, trouxe um novo significado aos live-actions da Disney.

Nota: 4.5/5

O filme atualmente pode ser encontrado em algumas salas de cinema que continuam abertas, ou pelo Premier Access do Disney+ por R$ 69,90.

Título: Cruella
Direção: Craig Gillespie
Elenco: Emma Stone, Emma Thompson, Paul Walter Hauser, Mark Strong, Joel Fry, Kirby Howell-Baptiste
Distribuição: Walt Disney Pictures e Disney+
Ano: 2021

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