No meio da segunda temporada de Emily in Paris, Emily (Lily Collins) está tentando convencer Alfie (Lucien Laviscount), seu lindo colega de classe britânico em sua aula de francês, sobre a magia e a admiração de viver na cidade, quando Alfie confessa: “Eu não odeio isso, eu simplesmente não acredito no hype. Paris foi construída sobre uma fantasia e eu simplesmente sou capaz de ver através dela”. Esta declaração de Alfie funciona como um resumo da série altamente popular da Netflix.
Anteriormente em Emily in Paris
Proveniente do produtor e escritor Darren Star (Sex and The City, Younger), Emily in Paris narra as desventuras profissionais e pessoais de Emily Cooper, uma ambiciosa executiva de marketing em ascensão que é enviada à Paris para trabalhar na Savoir, uma pequena, mas prestigiosa agência francesa, quando a chefe de Emily, Madeline Wheeler (Kate Walsh) se recusa devido a uma gravidez surpresa. O pessoal da Savoir não está muito contente de ter Emily entre eles, especialmente sua nova chefe, Sylvie Grateau (Philippine Leroy-Beaulieu).
Enquanto Emily luta para encontrar favores no trabalho, sua vida pessoal está em ascensão. Em seu primeiro dia no escritório, ela se torna amiga de Mindy Chen (Ashley Park), uma aspirante a cantora e babá de uma rica família francesa que possui um segredo próprio: o pai de Mindy é “o rei do zíper”, um bilionário que mora em Xangai. Emily também conhece Gabriel (Lucas Bravo), seu belo vizinho de baixo, que trabalha como chef em um bistrô próximo. Sua atração por Gabriel se complica quando ela involuntariamente faz amizade com sua namorada, Camille (Camille Razat). Quando Gabriel e Camille terminam, Emily se vê incapaz de resistir à boa aparência e charme de Gabriel e dorme com ele.
Protagonista subdesenvolvida
A segunda temporada começa após a noite de Emily e Gabriel juntos, mas como Emily escolhe lidar com a queda emocional de dormir com o ex-namorado de sua amiga é uma das fraquezas gritantes de Emily em Paris. Ao longo da série, Sylvie e outros dizem várias vezes a Emily que Paris é o lugar para se apaixonar e cometer erros e, de fato, enquanto nossos vinte anos servem como rascunhos de nossas vidas, o verdadeiro crescimento resulta em sermos responsáveis por esses erros e, lidar, refletir e não cometer o mesmo.
Infelizmente para o público, os escritores de Emily in Paris não estão nem um pouco interessados em mergulhar em qualquer análise cuidadosa de sua protagonista e seus motivos. A maneira como Emily tenta esconder sua noite com Gabriel de Camille enquanto continua a amizade é realmente digna de crédito. Embora a série reconheça desajeitadamente a diferença de costumes sexuais entre americanos e franceses, acho que todos podemos concordar que dormir com a ex de sua melhor amiga e depois mentir para ela sobre isso é apenas mau-caratismo, seja qual for o lado do Atlântico que você está ligado.
Esse tipo de imprudência também acompanha Emily em sua vida profissional. Embora sua relação de trabalho com Sylvie tenha melhorado, ela rapidamente deixa de lado qualquer boa vontade com sua chefe quando quase custa a Savoir um de seus clientes mais importantes – o temperamental designer de moda Andre Cadault – com uma postagem mal elaborada no Instagram.
Ademais, para se distrair de seu caótico triângulo amoroso com Gabriel e Camille, Emily encontra um novo interesse amoroso na forma de Alfie. Laviscount e Collins compartilham uma química doce e fácil na tela, mas os telespectadores não devem investir nessa dupla, já que Emily ainda tem olhos para Gabriel.
Desenvolvimento bem-vindo de outras personagens femininas
No entanto, obviamente, existem alguns pontos positivos nesta temporada, como mais tempo na tela para a melhor amiga de Emily, Mindy. Quando Mindy é demitida de seu trabalho como babá, ela decide seguir sua carreira de cantora em tempo integral e é recrutada para entrar em uma banda. Park, não só fornece um pouco do alívio cômico do show, mas tem uma voz incrível para cantar, que os episódios mostram sabiamente.
Há também mais enredo para Sylvie, que recebe mais nuances. Enquanto a TV e o cinema tendem a falhar em retratar a sexualidade de mulheres com mais de 50 anos, Sylvie pode ter uma vida amorosa próspera. E, o que é mais importante, não é penalizada por seu arbítrio sexual por causa de sua idade. Há também uma cena bem escrita no terceiro episódio, onde Sylvie ensina Andre Cadault sobre beleza e envelhecimento na indústria da moda.
Há também uma maior exploração da cultura de trabalho americana em Emily in Paris. Enquanto a primeira temporada encontrou a personalidade sensível de Emily em desacordo com o que ela percebe ser uma cultura corporativa descontraída em Savoir, Emily começa a ver os méritos do descanso e relaxamento que os franceses valorizam e como isso realmente melhora sua vida pessoal e profissional.
Conclusão
Por fim, a segunda temporada de Emily in Paris trata-se da cinematografia exuberante de Steven Fierberg, que filma Paris tão lindamente que vai alimentar seu desejo interior de viajar; e do figurino fantástico de Marilyn Fitoussi, que fará o telespectador ir ao shopping. Portanto, se você experimentar Emily em Paris, como ela é – puro escapismo – é uma experiência de visualização suportável. Mas não procure nada mais profundo.
Trailer da segunda temporada de Emily in Paris
Ficha Técnica
Título original: Emily em Paris
Temporada: 2
Episódios: 20
Duração: 30 minutos
Direção: Jennifer Arnold e Katina Medina Mora
Roteiro: Darren Star
Elenco: Lily Collins, Philippine Leroy-Beaulieu, Ashley Park, Lucas Bravo, Samuel Arnold, Bruno Gouery, Camille Razat, William Abadie, Charles Martins e Kate Walsh
Data de estreia: quarta-feira, 22/12/2021
Onde assistir: Netflix
País: Estados Unidos e França
Gênero: Comédia, drama e romance
Ano de produção: 2020-2021
Classificação: 14 anos
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